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Passos espera pelo divórcio à esquerda para voltar a governar

O líder do PSD garante que não provocará crises artificiais e diz que quando o namoro à esquerda acabar, estará preparado para reassumir responsabilidades. Sobre o "quando" e o "como", com ou sem eleições, não especula. A solução alternativa caberá aos partidos e ao futuro presidente da República.

13 de Outubro - Por agora, não ficou agendado mais nenhum encontro entre a coligação e o Partido Socialista.
Miguel Baltazar/Negócios
01 de Março de 2016 às 19:12
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Pedro Passos Coelho promete que não criará crises artificiais nem andará recorrentemente a pedir eleições antecipadas. Mas, quando o arranjo parlamentar que suporta o governo PS sucumbir perante as contradições de que enferma, estará preparado para voltar a ser primeiro-ministro e para lançar a "segunda geração de reformas estruturais" que tinha em mente.

Nas 33 páginas que compõem a moção estratégica que acompanha a sua recandidatura à liderança do PSD, Pedro Passos Coelho acusa o actual Governo de deitar borda fora o capital de credibilidade conquistado, mostra orgulho no trabalho feito, recusa acusações de  "direitismo austeritário", afirma-se fiel à matriz social-democrata do partido, e traça um conjunto de linhas de rumo para o futuro.

O ex-primeiro ministro lamenta o facto de não ter tido oportunidade para executar o seu programa – porque o seu programa, diz, exigia duas legislaturas. Uma primeira para pôr as contas públicas em ordem, a segunda para avaliar o que foi feito e aprofundar reformas. Apesar de ter sido travado por uma "coligação negativa" de forças, Passos garante que não vai criar obstáculos "artificiais". Esperará que ela se esboroe e o divórcio se consume.

"Não é por estar hoje na oposição que [o PSD] passará a defender o permanente recurso a eleições antecipadas ou a instabilidade política como método de afirmação política", diz a moção, que, sublinha ainda que "qualquer crise que sobrevenha no actual quadro parlamentar não pode deixar de resultar do desentendimento gerado no seio da maioria que suporta o governo".

 

Passos não quer "perder tempo com detalhes de qualquer cenarização dos termos em que uma tal crise possa vir a emergir, "nem das respostas a fornecer perante essas eventualidades, sendo certo que existem mecanismos no quadro constitucional que permitirão aos partidos políticos com responsabilidades parlamentares e ao Senhor Presidente da República avaliarem as melhores soluções a adotar em face das circunstâncias concretas".

Seja qual for a solução, "o PSD não deixará de estar sempre preparado para reassumir responsabilidades de governo".

 

Se, porventura, a coligação à esquerda se mostrar "mais coesa e resiliente do que muitos esperam, o País sempre continuará a precisar de uma alternativa liderada pelo PSD".

 

"Social-democracia, sempre!"

E uma alternativa liderada pelo PSD retomaria, em traços gerais, o plano que Passos Coelho diz que tinha para o País e que foi impedido de executar, dentro da matriz social-democrata de que o ex-primeiro ministro garante nunca se ter afastado.

Estaria a "corrigir ou aperfeiçoar" as reformas que lançou nos últimos quatro anos e que precisem de ser reavaliadas, e a preparar uma "segunda geração de reformas estruturais que abrissem o caminho a uma aceleração maior na construção de uma sociedade mais aberta e cosmopolita, com uma economia sustentável geradora de mais prosperidade e menos desigualdades, envolvendo mais oportunidades para todos e uma cultura de maior responsabilidade e coesão entre os Portugueses e o seu território", lê-se na moção.

 

A encimar esta "segunda geração de reformas" estão a "coesão social e territorial", os problemas da natalidade e a sustentabilidade do sistema de pensões. Na primeira linha das preocupações do PSD estão também "o combate às causas das desigualdades profundas tanto em termos económicos como sociais e culturais", actuando ao nível da educação e da quebra do ciclo vicioso da pobreza. E ainda "políticas de mudança estrutural orientadas para a libertação do potencial de crescimento sustentável da economia", que passem pela reforma do Estado, e reformas que "sustentem a atractividade do investimento directo externo por parte de Portugal", lê-se na moção.  

As 20 palavras mais utilizadas na moção estratégica que acompanha a recandidatura de Passos Coelho à liderança do PSD.
As 20 palavras mais utilizadas na moção estratégica que acompanha a recandidatura de Passos Coelho à liderança do PSD.

 

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