As negociações entre o Banco de Portugal e o grupo chinês Anbang para a venda do Novo Banco estão ainda a decorrer, a menos de 12 horas do final do prazo limite de validade da proposta, que termina às 0h00 desta segunda-feira, 31 de Agosto. As conversações ter-se-ão prolongado pela noite deste domingo, não tendo ainda sido possível alcançar um entendimento, apurou o Negócios.

A falta de consenso estará relacionada com as condições que o grupo chinês definiu para o acordo de compra do banco de transição e que, fontes contactadas pelo Negócios, classificam de "complexas". Pontos que, no limite, podem fazer baixar o preço que a Anbang está disponível a pagar pelo Novo Banco.

A preocupação do Banco de Portugal será conseguir levar a seguradora chinesa a deixar cair os aspectos mais complexos da sua proposta, designadamente aqueles que deixam incertezas para o Fundo de Resolução, entidade que, como accionista do Novo Banco, vai assumir a factura dos prejuízos com a venda da instituição.

Para o Governo, a prioridade é fechar a venda do banco que herdou os activos saudáveis do BES. O Executivo liderado por Passos Coelho está convicto de que o arrastar do processo só contribuirá para desvalorizar a instituição.

Daí que o próprio primeiro-ministro já tenha vindo a público dar conforto político ao Banco de Portugal para que a entidade liderada por Carlos Costa, que é soberana neste processo, feche um acordo de venda que implique perdas avultadas. O resultado da negociação da venda do Novo Banco será "o melhor que o Banco de Portugal conseguir alcançar", afirmou Passos Coelho este fim-de-semana.