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Venda do Novo Banco enfrenta primeiro teste

Faltam pouco mais de 24 horas para se saber se o Novo Banco é ou não vendido agora. Se não for, novos desafios se colocam.

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O poder que teve ao dividir o BES em banco mau e Novo Banco é o que delapida o seu poder. O governador do Banco de Portugal foi este ano reconduzido no cargo, mas inicia o segundo mandato com menos poder formal e de facto. Sobem de tom as críticas e sofisticam-se os raciocínios sobre o que não fez para impedir que o BES chegasse onde chegou. Perspectivam-se anos, se não décadas, de litígios. E o centro nevrálgico da supervisão mudou-se para Frankfurt. A sua manutenção, embora sem consenso no Governo, revela que mantém algum poder.
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Dos dois anos definidos para vender o Novo Banco, um já passou. A validade da proposta da Anbang termina esta segunda-feira. Se o banco não for vendido, o Banco de Portugal corre riscos de perder força negocial. Ou a estratégia para vender o banco terá de mudar, o que até agora não parece ser a vontade do Governo.

Faltam pouco mais de 24 horas para se saber se o Novo Banco é vendido à seguradora chinesa Anbang, depois de o Banco de Portugal ter assumido o compromisso de concluir este processo até ao final do mês. A proposta da Anbang deixará de ser válida a partir daí.

O preço tem sido o entrave a um acordo. O Fundo de Resolução injectou no Novo Banco 4,9 mil milhões de euros e quanto mais baixo for o valor da venda maior será o efeito nos bancos do sistema financeiro português e nas contas públicas. Assim como para os contribuintes.

Têm sido avançados vários valores para a oferta que está em cima da mesa, assim como para outros contornos do acordo, mas nenhuma fonte oficial os confirmou. A situação do Novo Banco exige um aumento de capital, aspecto que está também em cima da mesa das negociações.

A venda do Novo Banco foi desenhada para ser realizada no mais curto espaço de tempo, no máximo em dois anos. Privilegiou-se a rapidez do processo para minimizar os riscos de uma estratégia do tipo "engordar o porco" para o vender. Mas, para esta via da rapidez potenciar o seu valor é necessário que o banco seja mesmo vendido rapidamente, uma vez que quanto mais tempo passar maior é a probabilidade de degradação dos activos.

Registe-se que foi essa escolha – da rapidez – por alternativa à valorização e venda em bolsa que mereceu a oposição do último presidente do BES e o primeiro do Novo Banco, Vítor Bento.

O que fará o Banco de Portugal se não conseguir chegar à acordo com a Anbang esta segunda-feira? Poderá tentar vender o banco à Apollo – que comprou a Tranquilidade. Mas mesmo isso terá de ser feito rapidamente.


Quanto mais tempo passar e mais próximo se estiver do prazo limite dos dois anos – Agosto de 2016 – mais reduzida será a margem negocial do Banco de Portugal. O potencial comprador usará a seu favor a luta contra o tempo em que estrará o Banco de Portugal.


A alternativa é um  "Plano B"
que corresponde a recuperar de alguma forma a estratégia defendida pela equipa de Vítor Bento é outra das possibilidades. Mas que não parece ser vista com bons olhos pelo Governo. No sábado dia 29 de Agosto, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou que o resultado da venda será "o melhor que o Banco de Portugal conseguir alcançar".

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