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Sindicato acusa nomes para CGD de "bom serviço prestado aos interesses do capital"

"O actual Governo do PS, em vez de inverter essa política vergonhosa de partilha da CGD por interesses ilegítimos, aposta numa administração do mesmo tipo e ainda lhe garante mais elevadas remunerações", ataca o Sintaf.

09 de Agosto de 2016 às 16:46
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O Sintaf, sindicato dos bancários da CGTP, lança fortes críticas aos nomes escolhidos para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Aliás, há um ponto em comum que detecta em todos eles.


"Para a nova administração são propostos 19 nomes, alguns sem qualquer experiência de gestão bancária, mas todos com currículos de bom serviço prestados aos interesses do capital", indica um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira enviado às redacções esta terça-feira, 8 de Agosto.

 

Neste momento, aguarda-se o aval do Mecanismo Único de Supervisão (BCE e Banco de Portugal) para a autorização de entrada de funções da nova equipa de administração, que será liderada por António Domingues e que conta com Leonor Beleza e Rui Vilar.

 

"A CGD foi gerida por gente da confiança dos banqueiros nomeada pelos sucessivos governos do PS, PSD e CDS", critica o Sintaf, temendo que isso volte a acontecer: "Estranha-se, por isso, que o actual Governo persevere na política de nomeação de gente ligada aos mesmos três partidos e aos mesmos interesses do capital, sem garantias expressas de defesa do banco público e dos interesses dos trabalhadores".

 

A crítica é dirigida ao principal partido que sustenta o Executivo: "O actual Governo do PS, em vez de inverter essa política vergonhosa de partilha da CGD por interesses ilegítimos, aposta numa administração do mesmo tipo e ainda lhe garante mais elevadas remunerações". Uma das condições impostas por António Domingues para assumir a liderança do banco público foi o fim das limitações salariais à administração inscrita pela inclusão no regime do gestor público.

CGD usada para "recolocações" do BPI

 

Entre as várias farpas deixadas à administração, que irá substituir a equipa de Álvaro Nascimento e José de Matos, o Sintaf critica as "recolocações a partir do BPI", "onde se prevê uma necessidade de recolocação devido à OPA lançada pelo La Caixa e às alterações a fazer no seu Banco do Fomento de Angola (um dos indicados vem de Angola…)". António Domingues estava no BPI e leva consigo três executivos para a Caixa. Também o facto de haver administradores de outras empresas, "que têm negócios com a CGD", mostra que "os conflitos de interesses são evidentes, tanto mais que esses elementos mantém as suas funções em tais organizações".

 

Na semana passada, o economista Eugénio Rosa, ligado ao sindicato, tinha feito um relatório em que analisava também estes pontos, falando numa OPA dos "interesses privados" e concluindo que seis dos futuros sete membros da comissão executiva da Caixa são oriundos do BPI. 

 

No comunicado do Sintaf, há um nome que merece especial atenção: "A designação para a administração do actual director-central dos recursos humanos do BPI, Tiago Ravara Marques, não auspicia bom futuro", a quem acusa de ter atacado os direitos dos trabalhadores bancários, "nomeadamente enquanto chefe da missão da Associação Portuguesa de Bancos nas últimas revisões do contrato colectivo do sector". Segundo já admitiu o Governo, o grupo CGD vai ter de reduzir 2.500 trabalhadores.

Além da nomeação da administração, a Caixa também aguarda a aprovação do plano de capitalização e de reestruturação. Certo é que, como o Negócios avançou, a injecção de dinheiros estatais no banco público deverá afectar o défice orçamental, seguindo as normas estatísticas europeias. 






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