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Administração da CGD fica mais um mês mas alerta para “constrangimentos”

Equipa de José de Matos alerta para "os desafios estratégicos e os riscos de capital que continuam presentes".

Bruno Simão/Negócios
29 de Julho de 2016 às 16:07
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A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aceitou formalmente ficar em funções até final de Agosto, embora alerte para os "constrangimentos" que enfrenta e os "riscos de capital" que terão de ser resolvidos em breve.

 

Segundo um comunicado enviado à CMVM, a forma legal encontrada para a manutenção nos cargos foi a revogação individual dos pedidos de renúncia efectuados pelos administradores. Tal como já noticiado pelo Negócios, a equipa de José de Matos exigiu um pedido escrito do Ministro das Finanças para ponderar ficar mais um mês, algo que sucedeu e que teve como resposta a anuência da administração.

"Atendendo ao papel central da Caixa Geral de Depósitos, como esteio do sistema bancário Português, o Conselho de Administração examinou e ponderou os vários argumentos, tendo comunicado ao Senhor Ministro das Finanças a sua anuência para assegurar funções pelo estrito período de tempo que lhe foi solicitado para ser finalizada a sucessão", pode ler-se no documento.

Segundo a mesma fonte, "as tramitações de nomeação do novo Conselho de Administração (…) foram formalmente iniciadas no dia 22 de Julho". É esperado, agora, que a equipa liderada por António Domingues tome posse antes do final de Agosto, uma vez que processualmente não foi possível cumprir o calendário-limite do final de Julho.

Apesar da anuência, a administração deixa algumas preocupações. "Não é alheia à decisão da administração, o carácter de urgência e a imperiosa necessidade de estabilidade do sistema financeiro. Contudo, a solução encontrada não permite resolver os desafios estratégicos e os riscos de capital que continuam presentes, como temos feito saber ao accionista e às entidades de supervisão", alertam os signatários do comunicado, Álvaro Nascimento (presidente do conselho de administração), José de Matos (presidente da comissão executiva) e Eduardo Paz Ferreira (presidente da comissão de auditoria e fiscalização).

"As imposições prudenciais sobre fundos próprios continuam a vincular a acção da administração e são motivo de preocupação, não obstante o processo autónomo e independente, que se encontra a ser conduzido em paralelo pelo Governo em conjunto com a próxima equipa de gestão", acrescentam.

A equipa que resta na Caixa mantém-se, assim, até final de Agosto, e elenca os argumentos na base da decisão: "Por dever de responsabilidade e para preservar a estabilidade e autonomia do sistema financeiro Português (…); por respeito e consideração pelo País, pelos clientes e pelos trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos, em Portugal e no Estrangeiro."

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