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Santana sublinha prudência com Santa Casa no Montepio e chama Marcelo ao tema

Seria "errado" não fazer um estudo antes de um eventual investimento da Misericórdia de Lisboa no Montepio, diz Santana Lopes, num texto de opinião no Correio da Manhã.

Lusa
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 22 de Dezembro de 2017 às 15:17

Num texto de opinião que intitulou de "Decidir ou não decidir", relativamente ao investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio, Pedro Santana Lopes escreve sobre Marcelo Rebelo de Sousa e o papel que deverá ter no dossiê.

 

"O Presidente da República sabe bem que os Chefes de Estado têm de fazer tudo discretamente para que se consiga evitar problemas. Talvez seja isso que Marcelo quis dizer: se não houver decisão, não há problema", declara o candidato à liderança do PSD esta sexta-feira, 22 de Dezembro, num texto de opinião no Correio da Manhã.

 

O artigo é publicado um dia depois de o Chefe de Estado ter dito que "há problemas que podem merecer eventualmente a intervenção do Presidente, se existirem. Não existindo, o Presidente não tem de intervir sobre uma realidade que não existe. Não existe enquanto decisão", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Lusa. "Não há problema", acrescentou. 

 

"Marcelo Rebelo de Sousa quis ser simpático e aliviar tensões. Ele sabe muito bem que, por vezes, há problemas mesmo antes de a decisão estar tomada. É o caso", concretiza Santana Lopes.

 

Em Junho, ainda quando Santana era provedor, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assinou um memorando de entendimento com a Montepio Geral – Associação Mutualista que previa um eventual investimento na Caixa Económica Montepio Geral. O Haitong Bank foi mandatado para fazer uma auditoria à instituição financeira num dossiê que Santana Lopes logo passou para o vice-provedor, Edmundo Martinho, que subiu a provedor quando o primeiro se candidatou à liderança social-democrata.

No texto, Santana justifica o olhar para o dossiê, que já assumiu ser visto com bons olhos pelo Governo e pelo Banco de Portugal. "Há quem tente diversificar ou inovar as áreas de actividade de uma entidade. Naturalmente, quem dirige fá-lo com a melhor intenção e, por isso mesmo, essas mudanças devem ser sempre bem analisadas, avaliadas, ponderadas", justifica o social-democrata, embora acrescentando que as hipóteses estudadas têm de "garantir que haja fundamento consistente e exista consenso alargado" sobre o "caminho que se quer trilhar". 

Neste momento, os partidos com assento parlamentar, sobretudo a oposição, tem colocado dúvidas sobre o negócio, que poderá ascender a um investimento de até 200 milhões de euros, segundo já admitiu Edmundo Martinho. 

 

"Importa é avaliar o que se passa à nossa volta e preservar a instituição que, acima de tudo, tem de ser protegida", frisa o ex-primeiro-ministro no texto de opinião. O "errado" seria não fazer o estudo ou tomar decisão antes dele. 
 

Edmundo Martinho já assumiu que a Santa Casa deverá ter, a concretizar-se o negócio, uma posição de até 10% do capital, ainda que querendo assegurar uma participação na gestão executiva do Montepio. Contudo, ainda não há decisão final, o que também foi já referido pelo primeiro-ministro António Costa.

 

Esta quinta-feira, a própria caixa económica quis ressalvar que a eventual entrada de um novo accionista não se deve a um eventual problema nos seus rácios de capital.

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