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Montepio responde a notícias com rácios de capital "ao nível" dos restantes bancos

A caixa económica fala em "sólida posição" de capital depois de opiniões, como a de Bagão Félix, que afirmou que o Montepio tem "problemas".

Bruno Simão
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 21 de Dezembro de 2017 às 17:13

O Montepio respondeu às notícias e às opiniões de que tem sido alvo, numa altura em que se fala da eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na sua estrutura accionista, com os seus rácios de capital.

 

"Estes rácios situam-se ao nível das melhores posições de capital do mercado para instituições nacionais comparáveis com a Caixa Económica Montepio Geral", escreve, em comunicado, a entidade bancária ainda presidida por José Félix Morgado. O gestor está de saída do banco, por divergências com o accionista (embora ainda não se saiba quando e como acontecerá) sendo que deverá ser substituído por Nuno Mota Pinto, administrador do Banco Mundial.

 

No comunicado enviado às redacções, o conselho de administração executivo reitera que os seus rácios de capital, referentes a Setembro, são confortáveis, referindo-se mesmo a uma "sólida" posição. O rácio de Common Equity Tier 1, que mede o peso dos melhores fundos próprios da instituição, situou-se em 13% ao fim dos primeiros nove meses do ano, segundo as regras aplicáveis em vigor e já contando com os resultados obtidos até essa data. A caixa económica sublinha que o rácio de capital não conta ainda com o regime dos activos por impostos diferidos, que o aumentaria, em 0,48%.

 

Conforme lembra o banco, o rácio beneficiou do aumento de capital de 250 milhões de euros feito em Junho, quando a accionista, a Montepio Geral – Associação Mutualista, foi obrigada a injectar aquele montante para assegurar os rácios mínimos, por determinação do Banco de Portugal. 

O comunicado da instituição financeira foi divulgado esta quinta-feira, 21 de Dezembro, "atentas as recentes informações que têm sido veiculadas na comunicação social, e bem assim, o teor de opiniões e comentários de diversas entidades e personalidades".

 

Na quarta-feira, o tema Montepio esteve em destaque no Parlamento, devido à compra de até 10% da instituição financeira que está a ser estudada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O Governo e o Banco de Portugal vêem esta possibilidade como positiva, ainda que o primeiro-ministro tenha ressalvado ontem que nada está decidido. A oposição parlamentar quer esclarecimentos sobre a situação, sendo que o Presidente da República afirmou que, neste momento, "não há decisão" nem problema.

 

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem no provedor Edmundo Martinho o líder deste dossiê, aguarda a conclusão da auditoria pedida ao Haitong Bank à instituição financeira para decidir pelo investimento, que poderá ascender a 200 milhões de euros. Certo é que a Santa Casa, entrando, quer garantir uma presença determinante na gestão do Montepio. 

Um dos críticos da opção da mutualista de alienar parte da caixa económica, ainda que mantendo o controlo accionista, foi Bagão Félix, ex-candidato à associação contra o actual presidente António Tomás Correia. Já classificou o negócio como "disparate" e considerou que a Santa Casa está a ponderar investir "num banco com problemas e com um accionista maioritário problemático".

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