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Administrador do Banco Mundial pode suceder a Félix Morgado no Montepio

Nuno Mota Pinto: é este o nome que a mutualista do Montepio propõe à frente da caixa económica, agora que deverá vender uma parte do seu capital à Santa Casa. A proposta tem de passar pelo Banco de Portugal, que tem acompanhado o dossiê.

DR/Youtube
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 14 de Dezembro de 2017 às 17:10

O Montepio Geral – Associação Mutualista escolheu Nuno Mota Pinto, actual administrador do Banco Mundial, para substituir José Félix Morgado à frente da Caixa Económica Montepio Geral. É a resposta do presidente da associação, António Tomás Correia, às divergências que tem sentido com o líder da instituição financeira e também em preparação da entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital da caixa, processo que tem sido acompanhado pelo Banco de Portugal. 

 

A notícia, avançada pelo Jornal Económico e pela TVI, foi confirmada ao Negócios junto de fonte próxima do processo, mas não foi assumida pela mutualista. Certo é que o nome tem ainda de ser avaliado pelo supervisor da banca. 

Conforme já avançado esta semana, a saída de Félix Morgado era dada como certa tanto pela instituição financeira como pela sua accionista única, faltando definir como é que seria concretizado o afastamento. A destituição de Félix Morgado, sem ser por justa causa nem sem o seu acordo, custaria cerca de 400 mil euros.

 

A mudança dos órgãos sociais é um dos objectivos da mútua no âmbito do processo de investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que poderá adquirir até 10% do capital da caixa económica. O provedor, Edmundo Martinho, revelou que quer dois gestores no conselho de administração executivo da caixa económica, o que obrigaria a alterações na equipa de Félix Morgado, o que não foi bem-recebido na instituição financeira. 

 

Não foi ainda possível obter respostas por parte da mutualista nem da caixa económica, que remete para a accionista sem responder se houve algum pedido de demissão - "A Caixa Económica não vai fazer qualquer comentário sobre este assunto".

Quem é Nuno Mota Pinto

Filho do antigo primeiro-ministro Carlos Mota Pinto, Nuno é o responsável para Portugal, e outros países como Itália, Grécia e Timor-Leste desde 2003, do Banco Mundial, tendo no curriculum a passagem, por dez anos, no BPI. 

Segundo o site oficial da instituição, o nome que terá de ser ainda proposto formalmente por Tomás Correia para ficar à frente do banco foi assessor da relação de Portugal com o Fundo Monetário Internacional durante a intervenção da troika, entre 2011 e 2014. É licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra, contando ainda com um MBA pelo Insead.


José Félix Morgado entrou em Agosto de 2015 na caixa económica, numa altura em que o Montepio estava a sofrer pressão do Banco de Portugal para uma separação efectiva face à mutualista. Tomás Correia, que acumulava a liderança das duas entidades, ficou apenas na associação. 

Entrada não é imediata

De qualquer forma, a entrada do novo presidente não é imediata. Há ainda um percurso a ser feito, que implica a actuação do regulador da banca. Para já, os estatutos da instituição financeira têm de ser alterados para passar de um modelo dualista para um modelo monista.

Explicando: neste momento, há um conselho de administração executivo, que é presidido por Félix Morgado, e um conselho geral e de supervisão, encabeçado por Álvaro Correia; os novos estatutos deverão prever a existência de apenas um conselho de administração, que contará, à partida, com sete elementos executivos e oito membros não executivos.

Os novos estatutos têm de ser aprovados pelo grupo mutualista, que depois terão ainda de ser submetidos a luz verde do Banco de Portugal. Só depois desse processo é que são propostos os novos órgãos sociais, de que constarão o conselho de administração. E é aí que o novo nome é proposto. E a administração tem de ser sujeita ao processo conhecido como "fit and proper", de avaliação do nível de adequação dos nomes propostos pela entidade visada. 

E a Santa Casa

A alteração dos estatutos acontece, igualmente, quando se aproxima uma decisão final sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio. A coincidência deste dossiê com as alterações na gestão do Montepio são antecipados. 

 

(Notícia actualizada às 18:00 com mais informações)

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