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Mutualistas votam plano para Montepio que ainda não conta com ajuda da Santa Casa

Se a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital da caixa económica do Montepio, a associação mutualista irá beneficiar no seu balanço. O que não está contemplado no orçamento para 2018.

Bruno Simão
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 27 de Dezembro de 2017 às 11:59

O Montepio vai a votos esta quarta-feira, 27 de Dezembro. A assembleia-geral ordinária da associação mutualista presidida por António Tomás Correia tem um ponto na ordem dos trabalhos: "Deliberar sobre o programa de acção e orçamento para o ano de 2018 e parecer do conselho fiscal".

 

Todos os anos, em Dezembro, é convocada esta reunião, que prepara o documento para o próximo ano – ainda que merecendo sempre a crítica do economista e opositor de Tomás Correia, Eugénio Rosa, que argumenta que a realização da reunião na altura do Natal afasta os mutualistas da votação.

 

Em 2017, o encontro de mutualistas, agendado para as 20:00 (ou 21:00 se não houver quórum inicial), conta com um outro tema como pano de fundo: a eventual aquisição de até 10% da Caixa Económica Montepio Geral pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O negócio, que poderá ascender a 200 milhões de euros, tem sido criticado nos últimos dias. O ex-ministro e ex-candidato de uma lista concorrente a Tomás Correia, Bagão Félix, tem lançado ataques ao negócio, classificando-o de "disparate". Já o Governo e o Presidente da República têm dito que, para já, não há decisão, pelo que não há nada a comentar. Ainda assim, Pedro Santana Lopes, ex-provedor da Santa Casa, já veio a público envolver Marcelo Rebelo de Sousa no assunto.

Os três destaques da reunião

 

Olhando para o plano de acção e orçamento para 2018 da mutualista, percebe-se que, como o negócio não está fechado, não é ainda contemplado nas contas da associação, como noticiado pelo Negócios a 12 de Dezembro. Isto porque a alienação de até 10% na caixa económica do Montepio, o maior activo da associação, terá implicações na casa-mãe. A prudência foi elogiada no parecer do conselho fiscal, que também será colocado a votação.

 

A associação sob o comando de Tomás Correia espera, no entanto, melhorar os lucros no próximo ano. E, aqui, é a caixa económica que dá uma ajuda. A mutualista espera reverter imparidades constituídas para eventuais perdas com o Montepio. O que acontece quando a entidade bancária já não está cotada em bolsa e, portanto, já não tem o seu valor ditado pelo mercado.

 

É também com a caixa económica que a accionista conta para aumentar o número de associados – que vão diminuir em 2017. Uma expectativa que existe apesar de o Banco de Portugal tentar promover uma separação entre as duas entidades, para evitar contágios.

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