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PSD realça "diferença" da solução para o BES mas está disponível para ouvir ministra

O porta-voz do maior partido do Governo aceita ouvir a ministra das Finanças no Parlamento sobre o caso BES. Marco António Costa defendeu o esquema montado pelo Banco de Portugal e quis distanciá-lo da nacionalização do BPN.

Bruno Simão/Negócios
04 de Agosto de 2014 às 12:53
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O Partido Social Democrata, através do porta-voz Marco António Costa, deixou elogios à solução encontrada pelo Banco de Portugal para "salvar" o Banco Espírito Santo através da criação de duas novas instituições: o Novo Banco, com os activos bons e depósitos; o banco mau, com os activos tóxicos como dívidas ao GES. Uma opção que, diz, é distinta das anteriores.

 

"Há uma diferença entre esta solução e as do passado. No passado, era o dinheiro directo dos portugueses que era injectado", defendeu Marco António Costa numa declaração aos jornalistas esta segunda-feira, 4 de Agosto.

 

A perspectiva de que não há injecção de capital não reúne consenso entre todos os partidos. A opção do Banco de Portugal é a de emprestar 4,9 mil milhões de euros ao Novo Banco através do fundo de resolução (instrumento criado em 2012 para salvar a banca através dos recursos da banca). Como esse fundo ainda não tem dinheiro suficiente (só poderá pagar 500 milhões de euros do total do empréstimo), terá de haver uma assistência de 4,4 mil milhões de euros, que virá da linha de capitalização da troika.

 

"A solução encontrada pelo conselho de administração do Banco de Portugal, sendo inovadora, é aquela que evita o recurso a soluções do passado, que não se relembram como as melhores para o interesse nacional", continuou Marco António Costa. Nos últimos anos, o BPN foi nacionalizado no Governo de José Sócrates, com uma factura que ainda não se conhece mas que se encontra na casa dos milhares de milhões de euros, mas também a Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI e Banif receberam injecções de capital, já no Executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

 

A forma encontrada para criar o Novo Banco – e passar os activos problemáticos para uma outra instituição – "protege as dezenas de milhares de empresários em nome individual, micro e pequenas e médias empresas, que dependiam do apoio do então BES", afirmou Marco António Costa, acrescentando que os dirigentes sindicais expressaram "compreensão" pelo modelo definido.

 

Ministra no Parlamento

 

"Terminou o tempo do Banco de Portugal. A partir daqui, é óbvio que se abre o tempo para o debate político – e o Governo tem todo o interesse em prestar todas as explicações e informações, no âmbito da comissão permanente da Assembleia da República", respondeu o porta-voz dos social-democratas, depois de o Partido Socialista ter pedido explicações "com carácter de urgência" por parte da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

 

"Da parte do PSD, não colocaremos nenhum óbice a que haja uma reunião para produzir esse debate, que poderá ajudar a manter o clima que hoje se revela de confiança e serenidade", continuou, referindo-se ao facto de a Bolsa de Lisboa estar a subir esta manhã.

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