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Presidente vê uma ajuda para fortalecer banca em veículo com malparado

Marcelo Rebelo de Sousa diz que um veículo com activos problemáticos da banca seria "uma ajuda adicional para fortalecer um sistema financeiro".

Bruno Simão
10 de Abril de 2016 às 19:14
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No mesmo dia em que é divulgada a entrevista a António Costa, na qual o primeiro-ministro defende a criação de um veículo para os activos tóxicos da banca, Marcelo Rebelo de Sousa aproveita para dar o seu consentimento. À margem da comemoração dos 140 anos da Caixa Geral de Depósitos, que decorre num balcão em Belém, o Presidente da República lembrou que essa solução já foi utilizada noutros países e "é uma prova de confiança" e "uma ajuda adicional para fortalecer um sistema financeiro" como o português.

"Essa é uma fórmula que já foi ponderada ou utilizada noutras economias e portanto nesse sentido não é uma realidade nova, que longe de significar um juízo negativo sobre o sistema financeiro, pelo contrário, olhando para outros exemplos, é uma prova de confiança no sistema financeiro e uma ajuda adicional para fortalecer um sistema financeiro como o sistema financeiro português", observou, citado pela Lusa.

O Presidente da República disse ainda ter visto a entrevista do primeiro-ministro e destacou que António Costa "manifestou a sua confiança no sistema financeiro, na banca portuguesa".  "O que disse é que, como aconteceu noutros países, há fórmulas de encarar a questão de certo tipo de passivos. Isso aconteceu no país vizinho [Espanha], está a acontecer noutros países, ou pelo menos a ser equacionado", vincou.

Nessa entrevista à TSF e DN, António Costa, primeiro-ministro, propõe a transferência para um veículo próprio dos activos tóxicos dos bancos, naquilo que comummente é referido como "banco mau". O país devia, disse, "encontrar um veículo de resolução para o crédito malparado, de forma a libertar o sistema financeiro de um ónus que dificulta uma participação mais activa no financiamento às empresas". Esta transferência para um veículo do crédito malparado ajudaria o financiamento da economia, admite o primeiro-ministro que não se alargou em explicações.

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, partido que apoia no Parlamento o Governo de Costa, já fez saber que "há um problema que tem que ser resolvido e o Bloco de Esquerda está disponível para estudar soluções. Essa é uma solução eventualmente possível, mas eu lembro que foi utilizada em Espanha com dano para a economia espanhola e para o erário público", recordou. Jerónimo de Sousa, do PCP, que também apoia parlamentarmente o Executivo actual, foi mais reticente, dizendo ser necessário que a limpeza dos bancos não recaia sobre os contribuintes.


Ainda esta semana, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu a mesma solução. Na comissão parlamentar de inquérito ao BanifCarlos Costa disse que a constituição de um veículo que fique com os créditos em incumprimento e o imobiliário dos bancos é a "solução" que a banca portuguesa necessita.

Em Itália foi criado um veículo para activos tóxicos, que já recebeu luz-verde da Comissão Europeia. Também em Espanha foi criada a Sociedad de Gestión de Activos de la Reestructuración Bancaria (Sareb) com os activos tóxicos financeiros e imobiliários em finais de 2012
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