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Presidente do Montepio teme "retrocesso" e pede respeito por compromissos
Honrar o Tratado Orçamental é essencial, defende José Félix Morgado. Só isso permitirá, diz, que continuem as reformas estruturais. "Esse é um tema que nos preocupa", admite o presidente da Caixa Económica Montepio Geral.
José Félix Morgado quer que o novo Governo, independentemente da cor política, respeite os compromissos internacionais, nomeadamente as regras orçamentais. É uma forma de manter as "reformas estruturais", disse a Cavaco Silva, numa altura em que o Chefe de Estado ainda não se decidiu sobre se vai nomear um governo de gestão, do PSD, ou um executivo liderado pelo PS.
"Tive oportunidade de transmitir ao Sr. Presidente o quão importante é o papel da banca para a economia e também que o interesse nacional implica, de facto, o honrar dos compromissos que assumimos em termos internacionais, nomeadamente o Tratado Orçamental que é o pilar chave e que assegurará, com certeza, quer a consolidação das finanças públicas, quer a redução do défice e da dívida pública, que são importantes", assinalou o presidente executivo da Caixa Económica Montepio Geral.
Para José Félix Morgado, só com esse respeito é que se "conseguirá assegurar um quadro de investimento e de confiança dos investidores que é necessário para a criação de emprego e para se continuarem as reformas estruturais".
No Palácio de Belém, em declarações aos jornalistas, Félix Morgado disse temer alguns retrocessos caso haja instabilidade. "Esse é um tema que nos preocupa. Nós somos o banco da economia social e, portanto, preocupa-nos os impactos sociais que um clima de instabilidade e de retrocesso pode ter".
Félix Morgado foi o sexto banqueiro a ser ouvido por Cavaco Silva, depois das reuniões que o Presidente da República teve com Nuno Amado, Eduardo Stock da Cunha, Fernando Ulrich, António Vieira Monteiro e José de Matos. O encontro entre o Chefe de Estado e os banqueiros ocorre num momento em que a banca continua a enfrentar vários desafios. Um deles é o Novo Banco, detido pelo Fundo de Resolução (para o qual todos os bancos contribuem), e a sua nova fase de venda (já que o primeiro concurso internacional falhou).
Cavaco Silva está a ouvir várias personalidades num momento em que ainda não decidiu o que fazer depois de a Assembleia da República ter chumbado o programa do Executivo anteriormente indigitado, liderado por Pedro Passos Coelho. O Chefe de Estado já ouviu associações e parceiros sociais e quer ouvir mais personalidades, como representantes da banca, antes de chamar os partidos, o que é obrigado a fazer antes de indigitar um novo primeiro-ministro.
Neste momento, não se sabe se haverá um governo de gestão ou um liderado pelo PS - a única certeza é que a Assembleia da República não pode ser dissolvida pelo Presidente da República, dado que este tem os poderes limitados devido às eleições presidenciais de Janeiro.
09:00 Presidente Executivo do Millennium BCP – Nuno Amado
10:00 Presidente do Conselho de Administração do Novo Banco – Eduardo Stock da Cunha
11:00 Presidente da Comissão Executiva do Banco BPI – Fernando Ulrich
12:00 Presidente da Comissão Executiva do Santander Totta – António Vieira Monteiro
15:00 Presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos – José de Matos
16:00 Presidente do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica Montepio Geral – José Félix Morgado
17:00 Presidente da Associação Portuguesa de Bancos – Fernando Faria de Oliveira