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Passos garantiu estabilidade do BES com base em palavras do governador

"A informação de que o Governo dispunha era a que lhe era fornecida pelo supervisor", defende o primeiro-ministro. Era só com essas informações que Passos Coelho falava sobre o BES poucas semanas antes da queda do banco.

17 de Março de 2015 às 11:26
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Tal como o Presidente da República, também o primeiro-ministro garantiu a estabilidade do Banco Espírito Santo poucas semanas antes da sua derrocada. E, tal como o Presidente da República, também o primeiro-ministro assegura que o fez com base nas informações transmitidas pelo Banco de Portugal.

 

"A informação de que o Governo dispunha era a que lhe era fornecida pelo supervisor e, nesse sentido, o que foi comunicado é que as medidas de ‘ring-fencing’ permitiriam uma separação efectiva da área financeira relativamente à área não financeira", indicou Pedro Passos Coelho nas respostas aos deputados da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES que chegaram, por escrito, esta segunda-feira, 16 de Março.

 

O "ring-fencing" foi a instrução dada pelo Banco de Portugal para separar totalmente o ramo financeiro do Grupo Espírito Santo, nomeadamente o BES, da área não financeira e as sociedades de topo, como a Rioforte e a ESI. Isto porque o banco tinha uma elevada exposição aos negócios não financeiros e a essas "holdings". E várias autoridades nacionais, como Passos Coelho, foram dando publicamente a garantia de que o banco conseguiria suportar eventuais falências no GES. O líder do Executivo disse por exemplo, a 11 de Julho, que "uma coisa são os negócios que a família Espírito Santo tem e outra coisa é o banco".

 

"À data de 11 de Julho, o Banco de Portugal transmitiu publicamente que, tendo em conta a informação reportada pelo BES e pelo seu auditor externo (KPMG), o banco detinha um montante de fundos próprios suficientes para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição assumida perante o ramo não financeira do GES sem pôr em causa o cumprimento dos rácios mínimos em vigor", acrescenta ainda o responsável.

 

Certo é que tudo o que Passos Coelho dizia era com base nas palavras de Carlos Costa: "No plano da afirmação pública traduzi, sempre em consonância com a informação prestada pelo senhor governador do Banco de Portugal, quer à senhora ministra de Estado e das Finanças, quer a mim próprio, a confiança quanto à situação do BES, sublinhando a diferença entre o BES e o GES".

 

Entretanto, a dependência do GES face ao BES foi sendo maior através de várias medidas empreendidas pela gestão do banco que acabaram por conduzir aos prejuízos históricos de 3.577 milhões de euros no primeiro semestre de 2014 que precipitaram a resolução, a 3 de Agosto. 

 

Sobre a resolução, Passos Coelho passou, também, a responsabilidade para o regulador do sector financeiro, reiterando que foi o Banco de Portugal que decidiu aplicar uma medida de resolução do Banco Espírito Santo. 

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