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Ricciardi transmitiu "incomodidade" sobre BES mas isso não motivou acção de Passos

O primeiro-ministro garante, nas respostas por escrito à comissão parlamentar de inquérito, nunca ter feito qualquer diligência na sequência de conversas com José Maria Ricciardi sobre os desenvolvimentos do caso BES.

Miguel Baltazar
16 de Março de 2015 às 17:47
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Passos Coelho rejeita ter tido acesso a informação especial sobre a situação do Banco Espírito Santo através de José Maria Ricciardi. Sabia apenas da sua "incomodidade" face aos desenvolvimentos que acabaram por levar à quebra do banco. E não fez nenhuma diligência na sua sequência.

 

"No âmbito de conversas informais, recordo-me que o Dr. José Maria Ricciardi algumas vezes exprimiu a sua incomodidade quanto aos desenvolvimentos sobre a situação do BES e do GES, os quais eram já do conhecimento público", garantiu o primeiro-ministro nas respostas por escrito enviadas esta segunda-feira, 16 de Março, à comissão parlamentar de inquérito.

 

Nessas mesmas respostas, o líder do Executivo assegura que as conversas com o líder do BESI, que até 2014 era administrador do Banco Espírito Santo, "não envolveram qualquer abordagem específica ou que tivessem a mira de suscitar uma acção ou opinião do Governo".

 

Questionado sobre se fez alguma diligência na sequência desses contactos, Passos Coelho é claro: "Não". "Apenas fiquei ciente do incómodo que os factos, de resto públicos, que marcaram os desenvolvimentos do BES e do GES, deixaram junto do Dr. José Maria Ricciardi", acrescentou.

 

Na sua audição, José Maria Ricciardi garantiu nunca ter sido discutida "nenhuma liderança do BES" com o primeiro-ministro, como chegou a ser noticiado. O presidente do BESI recusou alguma vez ter pedido "fosse o que fosse" a Passos Coelho, apesar de serem amigos.

 

Ricciardi entrou em colisão com o seu primo, Ricardo Salgado, em meados de 2013 e tentou tirá-lo da liderança do BES por discordar das suas formas de governação. Não conseguiu. Em Agosto de 2014, o banco acabou por ser alvo de uma medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal, que fez desaparecer o banco através da criação de duas entidades: um veículo com os seus activos problemáticos, e um banco de transição que ficou com os activos saudáveis (Novo Banco). 

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