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Obrigacionistas desmentem que controlo da entidade que emprestou dinheiro ao BES seja do Goldman

O Goldman Sachs estruturou a Oak Finance, que emprestou 834 milhões de dólares ao BES em Julho passado, mas não a financiou, defendem os titulares das obrigações emitidas por aquela entidade.

Miguel Baltazar
09 de Fevereiro de 2015 às 07:31
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O Goldman Sachs não controla a entidade que emprestou, em Julho de 2014, 834 milhões de dólares (737 milhões de euros) ao Banco Espírito Santo. É esta a mensagem que os obrigacionistas dessa mesma entidade, a Oak Finance, querem passar para o Banco de Portugal, para que esta volte para a esfera do Novo Banco e deixe, assim, de pertence ao banco "mau".

 

"A Oak Finance não é nem detida nem controlada pela Goldman Sachs, sendo administrada por gestores fiduciários independentes", indica um comunicado enviado às redacções pela PLMJ, sociedade representante destes obrigacionistas, este domingo, 8 de Fevereiro. A declaração é subscrita por oito titulares de obrigações emitidas pela Oak Finance – investidores que se dizem "institucionais que investem globalmente, directa ou indirectamente, por conta de pensionistas, contribuintes e outros beneficiários" e que, neste momento, estão no banco "mau" resultante do BES.

 

A Oak emprestou 835 milhões de dólares ao BES em Julho, altura em que o banco já se aproximava do seu fim, mas nunca se percebeu, efectivamente, o que levou a este empréstimo - tendo em conta a situação vivida pela instituição financeira liderada por Ricardo Salgado já naquela altura. A indicação sempre foi a de que o Goldman Sachs estava por trás do crédito desta operação - saiu até a notícia de que José Luís Arnaut e António Esteves, que trabalham no banco, estavam envolvidos nesta estrutura. Neste comunicado, o que os obrigacionistas garantem é que o Goldman "organizou e estruturou o empréstimo, mas não o financiou".

 

O Wall Street Journal noticiou, a 1 de Setembro, que o Goldman emprestou este dinheiro ao BES através daquela entidade. No mesmo dia em que o empréstimo foi concedido, 3 de Julho, a Oak Finance emitiu 785 milhões de dólares em dívida, com a publicação a noticiar que o banco norte-americano teria emitido esta dívida, esperando vendê-la posteriormente a investidores. 

 

Essa ideia fez com que, em Dezembro, o regulador do sector financeiro tenha decidido transferir do Novo Banco para o banco "mau" as responsabilidades com este empréstimo. Algo que libertou o banco presidido por Eduardo Stock da Cunha de responsabilidades de 548,3 milhões de euros.

 

A decisão de Carlos Costa é contestada por estes titulares de obrigações que "providenciaram no sentido de colocar o Banco de Portugal na posse de todos os factos relevantes que lhe permitam revogar a decisão tomada em Dezembro e aguardam tal decisão". O Goldman Sachs também contesta a decisão, afirmando que poderá mesmo recorrer. 

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