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Novo Banco “livra-se” de responsabilidade de 548,3 milhões de euros

Mais de quatro meses depois da resolução, o Banco de Portugal decidiu que o veículo financeiro que terá sido criado em Julho pelo Goldman Sachs não entra para o Novo Banco.

Bruno Simão/Negócios
23 de Dezembro de 2014 às 21:24
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O Novo Banco evitou perdas de 548,3 milhões de euros. A instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha deixou de ter responsabilidades perante um veículo financeiro, criado no Luxemburgo, através do qual o seu antecessor BES contraiu uma dívida junto do Goldman Sachs, já em Julho deste ano.


"O Novo Banco informa que foi notificado da deliberação do conselho de administração do Banco de Portugal, de 22 de Dezembro de 2014, que determina que, com efeitos a 3 de Agosto de 2014, a responsabilidade contraída pelo Banco Espírito Santo perante a Oak Finance Luxembourg S.A. não foi transferida para o Novo Banco", indica um comunicado emitido esta terça-feira, 23 de Dezembro.


A decisão do regulador liderado por Carlos Costa "tem um impacto positivo em reservas de 548,3 milhões de euros". Quer isto dizer que a instituição que herdou os activos e passivos saudáveis do BES a 3 de Agosto livrou-se de eventuais perdas no mesmo valor. O Banco de Portugal pode transferir activos e passivos entre o Novo Banco e o BES (o banco mau) como pretender.


O Oak Finance Luxembourg S.A. ficou conhecido através de uma notícia do Wall Street Journal de 1 de Setembro. O Goldman Sachs terá emprestado em Julho ao BES, através deste veículo financeiro, 835 milhões de dólares (681 milhões de euros). No mesmo dia em que o empréstimo foi pedido pelo banco português, o Oak Finance emitiu 785 milhões de dólares em dívida - que o banco norte-americano emitiu, esperando vendê-la posteriormente a investidores.


O veículo tinha como missão financiar a construção de uma refinaria chinesa na Venezuela, nesse mês de Julho, da petrolífera estatal PDVSA, uma das maiores credoras do ramo não financeiro do GES. O BES assegurou o compromisso de reembolsar a dívida de sociedades venezuelanas através de cartas de conforto que causaram perdas de 267 milhões de euros.

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