O Barclays está a enfrentar um novo processo judicial. Depois de estar envolvido no escândalo da manipulação da taxa interbancária Libor e de alteração dos preços do ouro por parte de um seu operador, o banco britânico vê-se acusado, pelo procurador-geral de Nova Iorque, de não proteger investidores na sua "bolsa sombra".

O procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, anunciou na quarta-feira, 25 de Junho, ter entregue um processo contra o Barclays relativo à sua "dark pool", um sistema de negociação alternativo, não regulamentado, em que se podem transaccionar grandes blocos de acções de forma anónima e com a indicação de preços após a conclusão das operações – uma forma de não sinalizar ao mercado grandes movimentações que o podem influenciar de maneira decisiva.  

Nova Iorque acusa a instituição financeira britânica de permitir que, nestes sistemas (em que ocorrem transacções a alta velocidade), entrem operadores "predadores" sem que os investidores "normais" estejam devidamente protegidos. "Não havia protecção para com qualquer investidor normal na bolsa sombra do Barclays", acusa Schneiderman.

"Os factos alegados na nossa queixa mostram que o Barclays tinha um desrespeito preocupante para com os investidores num padrão sistemático de fraude e dolo. O Barclays permitiu que a bolsa sombra crescesse ao dizer aos investidores que estavam a navegar em águas calmas. Mas, de acordo com a queixa, a bolsa sombra estava cheia de predadores – que aí se encontravam a convite do Barclays", declarou o procurador-geral quando apresentou a sua queixa.

A ausência de rede de protecção justifica-se pela procura em expandir a quota de mercado desta sua "dark pool", o LX, que segundo o The Guardian foi o segundo maior sistema de transacções alternativas nos Estados Unidos na semana terminada a 2 de Junho.

Nos EUA, o regulador do mercado de capitais, a SEC, está preocupada com o crescimento deste tipo de mercados não regulamentos, que não está sob qualquer supervisão ou transparência, segundo o Financial Times.

Depois da apresentação da queixa, as acções do Barclays caíram fortemente na bolsa londrina. Os títulos da instituição cedem 5,26% para 217,90 pence, uma cotação que não se verificava desde Novembro de 2012.