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Jenkins, o homem chamado para mudar a cultura do Barclays, falhou?

"Não vou tolerar, em qualquer circunstância, que se minta ou engane os nossos clientes", reagiu o presidente executivo do Barclays, depois de acusações de que a "bolsa sombra" do banco não protege investidores.

27 de Junho de 2014 às 08:57
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Antony Jenkins (na foto) foi chamado para liderar o Barclays depois do escândalo da manipulação da taxa de juro Libor, utilizada em grandes operações em todo o mundo. O objectivo era mudar a cultura do banco. E colocá-lo na rota do respeito, integridade e ética. Na quinta-feira, o CEO do Barclays sofreu um revés. Já sob a sua presidência, o mercado de negociação alternativo do banco britânico foi acusado de enganar investidores.

 

"Ele não alcançou a mudança cultural de que falava. Perdeu alguma credibilidade", comentou o analista da SVW Asset Management, Colin McLean, à agência Bloomberg.

 

Em Agosto de 2012, Jenkins entrou para o banco, para o lugar de Bob Diamond, afastado depois de ser conhecido o envolvimento da instituição no escândalo de manipulação da Libor. "Queremos mudar o que o Barclays faz e como o faz, definindo com clareza os nossos compromissos de forma a que o progresso possa ser medido", disse. Os novos valores de Jenkins eram "respeito, integridade, serviço de excelência e gestão ética".


É o caminho para estes princípios que podem estar em risco, como escreve a Bloomberg, depois de o banco ter sido acusado, pelo procurador-geral de Nova Iorque, de não proteger investidores que negoceiam na sua "bolsa sombra", um sistema de negociação alternativo, não

Não vou tolerar, em qualquer circunstância, que se minta ou engane os nossos clientes. Qualquer caso de que tenha conhecimento será lidado com severidade.
 
Antony Jenkins
CEO do Barclays

regulamentado, em que se podem transaccionar grandes blocos de acções de forma anónima e com a indicação de preços após a conclusão das operações – uma forma de não sinalizar ao mercado grandes movimentações que o podem influenciar de maneira decisiva.

 

Jenkins admite que nova cultura ainda não existe 

 

Num comunicado aos trabalhadores do banco britânico, enviado no dia em que se conheceu a acusação norte-americana, Jenkins admitiu que essa mudança cultural estava dificultada. Registaram-se, escreveu, grandes falhas que impedem que "se viva de acordo com os nossos valores e com a cultura no Barclays que estamos a tentar criar", cita a Bloomberg.

 

"Não vou tolerar, em qualquer circunstância, que se minta ou engane os nossos clientes. Qualquer caso de que tenha conhecimento será lidado com severidade", garantiu o CEO do banco Barclays.

 

Envolvido no escândalo da manipulação da taxa interbancária Libor, a alteração dos preços do ouro por parte de um seu operador também marcou o passado do banco. Em Portugal, a Autoridade da Concorrência desencadeou em Março de 2013 uma investigação a uma alegada concertação de spreads e comissões entre bancos, que começou com uma queixa do britânico Barclays - e que levou à suspensão da gestão de então.

 

Entretanto, dada a polémica em torno do sistema de negociação alternativo, que agora está nas páginas dos jornais, alguns grandes bancos deixaram a "bolsa sombra" do Barclays, chamada de LX. Deutsche Bank, Credit Suisse, Royal Bank of Canada ou a gestora de activos Alliance Bernstein são alguns exemplos citados pelo Financial Times.

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