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UBS e Deutsche Bank investigados por alegado favorecimento de investidores nas suas "bolsas sombra"

Os casos do UBS e do Deutsche Bank surgem um mês depois do procurador-geral de Nova Iorque ter acusado o Barclays de favorecer investidores "predadores" na sua "dark pool".

29 de Julho de 2014 às 17:41
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O suíço UBS e o alemão Deutsche Bank revelaram esta terça-feira, 29 de Julho, que são alvo de investigações por parte dos reguladores norte-americanos aos seus sistemas de negociação alternativa, também conhecidos como "bolsas sombra" ou "dark pools". As instituições bancárias dizem-se dispostas a cooperar com as investigações.

 

O UBS informou que tinha recebido questões sobre as práticas da sua "dark pool" por parte de três entidades reguladoras norte-americanas, entre elas a Securities and Exchange Commission. Em causa, está o alegado favorecimento de grandes investidores (também conhecidos como "predadores") face aos restantes.

 

O banco suíço esclareceu que este procedimento está integrado num conjunto mais amplo de investigações, iniciado em 2012, e que inclui "certos tipos de ordem e práticas de divulgação que foram descontinuados há dois anos".

 

Na semana iniciada a 7 de Julho, a "dark pool" do UBS foi a segunda maior ao nível de acções americanas negociadas, logo atrás do Credit Suisse, revelam dados da Financial Industry Regulatory Authority citados pela imprensa económica internacional.

 

O Deutsche Bank também confirmou que tinha recebido contactos dos reguladores relacionados com a negociação de alta frequência na sua "dark pool". Contudo, o banco optou por não dar mais detalhes sobre a investigação de que é alvo. De acordo com o Financial Times, citando fontes próximas à instituição bancária, o banco iniciou uma revisão interna do seu sistema alternativo de negociação.

 

Os casos do UBS e do Deutsche Bank surgem um mês depois do procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, ter acusado o Barclays de favorecer investidores "predadores" na sua "dark pool".  Na semana passada, o Credit Suisse revelou que estava a trabalhar com os reguladores para acabar com eventuais abusos no seu sistema alternativo.

 

Esta terça-feira, o UBS anunciou lucros de 792 milhões de francos suíços (650 milhões de euros). Por sua vez, o Deutsche Bank terminou o segundo trimestre com lucros de 237 milhões de euros, o que representa uma quebra de 29% face ao período homólogo. 

 

Outros casos para resolver

 

O UBS revelou esta terça-feira que reservou 254 milhões de francos suíços (209 milhões de euros) para resolver litígios ligados a questões regulatórias. Além disso, concordou pagar mais 300 milhões de euros para resolver uma investigação das autoridades fiscais da Alemanha.

 

Ainda este mês, o UBS foi condenado ao pagamento de mil milhões de dólares (745 milhões de euros) na sequência de uma investigação das autoridades francesas sobre evasão fiscal.

 

Também o Deutsche Bank informou ter revisto de 470 milhões para 2,2 mil milhões de euros o seu valor reservado a despesas com litígios, diz o The Wall Street Journal. O banco alemão enfrenta ainda uma investigação sobre a sua participação na alegada manipulação da Libor, a taxa interbancária de Londres. Nos Estados Unidos, é investigado ainda por alegadas transacções com países alvo de sanções. 

 

O que é uma "bolsa sombra" ou "dark pool"?

A sua popularidade tem crescido nos últimos anos, daí que as preocupações dos reguladores norte-americanos com a transparência destes mercados estejam em alta.

 

As "bolsas sombra" permitem a grandes investidores negociar acções de forma anónima. Só depois da transacção estar efectivada é que esses dados são tornados públicos.

 

Assim, estes grandes investidores com condições vantajosas acabam por não alertar o resto do mercado para as suas intenções. Como grandes blocos de acções são negociados em segredo, a especulação no preço é minimizada.

 

Grande parte destes mercados alternativos são operados pelos maiores bancos do mundo.

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