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Tribunal diz que Barclays pode ficar com seis mil milhões em activos do Lehman Brothers

O Lehman Brothers era, à data da sua falência em Setembro de 2008, o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos. O Barclays comprou então o negócio de corretagem por 1,75 mil milhões de dólares.

Reuters
06 de Agosto de 2014 às 09:49
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Seis anos depois a compra de parte do negócio do Lehman Brothers pelo Barclays está finalmente finalizada.

 

Um tribunal federal norte-americano de segunda instância decidiu na terça-feira (5 de Agosto) que o banco britânico tem direito a seis mil milhões de dólares de activos decorrentes da compra da unidade de corretagem da instituição norte-americana.

 

O Lehman Brothers era, à data da sua falência em Setembro de 2008, o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, com activos no total de 639 mil milhões de dólares. O banco investiu fortemente no mercado do subprime, o crédito imobiliário com elevado risco de não pagamento. As perdas decorrentes da aposta neste mercado acabaram por tombar o banco que era liderado por Richard Fuld.

 

O Barclays comprou então a maior parte do negócio de corretagem do Lehman, mas o direito a seis mil milhões de dólares em activos foram disputados entre o administrador de falência da instituição e o banco.

 

O tribunal de recurso veio agora confirmar que a transferência destes activos está incluído no acordo de compra e foi confirmado numa carta de clarificação ao contrato de venda.

 

O percurso do caso nos tribunais norte-americanos conheceu várias reviravoltas. Em 2011, um juíz ordenou o Barclays a devolver dois mil milhões de dólares ao administrador de falência da corretagem do Lehman Brothers. Mas em 2012 outro juiz reverteu esta decisão e decidiu que o banco britânico tinha direito aos seis mil milhões.

 

Agora o tribunal norte-americano considerou que "ambiguidades e pontas soltas eram inevitáveis" neste negócio, dada a "urgência sob a qual a venda foi executada". Os seis mil milhões de dólares em activos vão ficar mesmo do lado do Barclays.

 

O administrador da falência da operação de corretagem do Barclays disse estar agora a estudar a decisão. James Giddens sinalizou que a mesma não vai afectar os 105 mil milhões de dólares já distribuídos a 111 mil antigos clientes da empresa, ou a primeira distribuição a credores com obrigações subordinadas, que são os últimos a receber indemnização em caso de falência. Os ex-trabalhadores da instituição já foram indemnizados.

 

Inicialmente, o Barclays avançou para a compra de todo o Lehman Brothers, mas acabou por recuar e comprar somente a unidade de corretagem. A aquisição, por 1,75 mil milhões de dólares, permitiu à instituição britânica tornar-se num dos maiores bancos de investimento a nível mundial.

 

O então presidente executivo do Barclays qualificou o negócio como "uma oportunidade única na vida". "Nunca houve um momento onde eu pudesse pensar que iria existir a possibilidade que um dos melhores negócios norte-americanos não só iria estar à venda, como iria estar disponível por um valor atractivo financeiramente", disse Bob Diamond em 2008.

 

A cotação do Barclays na bolsa de Londres está a cair 2,05% para as 217,35 libras esta quarta-feira.

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