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Montepio pressionado a transformar lucro em prejuízo de 24 milhões

O Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Económica quer que a gestão do banco, liderada por Félix Morgado, corrija as contas do terceiro trimestre de 2016, em que registou um lucro de 144 mil euros, e passe a apresentar um prejuízo de 24 milhões de euros.

Pedro Elias
17 de Maio de 2017 às 09:28
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A venda abortada da participação da Caixa Económica Montepio Geral nas minas de Aljustrel gerou lucros artificiais que não se verificaram, que o Conselho Geral e de Supervisão quer agora que sejam corrigidos, escreve hoje o Público. Este órgão pediu à comissão executiva liderada por Félix Morgado para rever as contas do terceiro trimestre de 2016, que ainda reflectem a mais-valia artificial gerada com a venda da referida participação. Isso levaria a transformar um lucro de 144 mil euros num prejuízo de quase 24 milhões.

 

Em causa está a venda de 19% da participação na I’m Mining (que corresponde às minas de Aljustrel) a uma sociedade criada pelo banco, denominada Vogais Dinâmicas, dois dias antes do fecho do balanço do terceiro trimestre, por 24,1 milhões de euros. Um negócio que foi noticiado pelo Expresso e apresentado como uma forma de "maquilhar" as contas da instituição, para permitir que esta apresentasse lucros de 144 mil euros, resultado da venda desta participação.

 

O pedido de rectificação das contas do terceiro trimestre consta da acta da reunião de 1 de Março do Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Económica, que foi enviado ao Banco de Portugal, prossegue o diário.

 

O processo de correcção destes números teve início a 29 de Novembro, quando o Conselho Geral e de Supervisão tomou conhecimento do negócio, tendo vindo pedir a sua anulação. O diário acrescenta que, em Fevereiro último, o CGS deliberou que, dado que as contas do trimestre foram divulgadas com um lucro que não se verificou, a gestão da Caixa Económica deveria divulgar os valores finais, já depois de corrigidos dessa operação. Sem essa mais valia, o banco registou 23,856 milhões de euros de prejuízo nesse período.

 

Trata-se de uma exigência em nome da transparência, porque as contas de 2016 da Caixa Económica, que registam um prejuízo de 86,5 milhões de euros, já reflectem esta realidade. Resultados que traduzem, ainda assim, uma melhoria face aos prejuízos registados em 2015, que ascenderam a 243,4 milhões de euros.

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