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CMVM pede esclarecimentos sobre as contas de Setembro do Montepio

A CMVM quer que o Montepio dê esclarecimentos sobre as contradições relativamente às contas da caixa económica relativas a Setembro do ano passado. Em causa está o facto de o órgão de supervisão da instituição pedir a correcção dos números e de o Montepio dizer que não há nada a corrigir.

Bruno Simão/Negócios
17 de Maio de 2017 às 18:30
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários quer que a Caixa Económica Montepio Geral esclareça o supervisor sobre a informação contraditória relativa às contas trimestrais da instituição que foi conhecida esta quarta-feira, 17 de Maio. "Estão a ser desenvolvidas as necessárias diligências para que a situação seja esclarecida", garantiu fonte oficial da CMVM em resposta às questões do Negócios. E explicou que os dados vindos a público esta quarta-feira "diferem da informação recolhida em tempo oportuno pela CMVM junto da sociedade emitente".

 

Na prática, o supervisor liderado por Gabriela Figueiredo Dias pretende que o Montepio esclareça qual a versão verdadeira sobre as contas da instituição referentes a 30 de Setembro do ano passado. Contactado pelo Negócios, fonte oficial da caixa económica confirmou o pedido da CMVM e garantiu que serão prestados todos os esclarecimentos solicitados.

 

Segundo noticia o Público esta quarta-feira, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da caixa económica recomendou à equipa de gestão liderada por José Félix Morgado que corrigisse os resultados do terceiro trimestre para reflectir a anulação da venda de 19% da I’m Mining, operação que terá gerado uma mais-valia extraordinária de 24 milhões de euros. O órgão de fiscalização do Montepio recomendou ainda a comunicação ao mercado desta rectificação, de acordo com a acta do CGS de 1 de Março, avança o diário. No limite, esta correcção deixaria a instituição com prejuízos de quase 24 milhões no final de Setembro (em vez de lucros de 114 mil euros), mas não implicaria qualquer ajustamento nas contas de 31 de Dezembro de 2016, em que as perdas ascenderam a 86,5 milhões.

 

No entanto, esta quarta-feira ao final a manhã, a Caixa Económica Montepio Geral veio garantir que "as contas publicadas reportadas a 30 de Setembro de 2016 não reflectem nos resultados qualquer mais-valia extraordinária resultante da venda de participações sociais. Por consequência não há qualquer correcção a efectuar nas contas oficiais apresentadas pela" instituição.

 

De acordo com a versão do CGS noticiada pelo Público, a venda de 19% da empresa mineira de Aljustrel foi concretizada no terceiro trimestre do ano passado e estava reflectida nas contas referentes a 30 de Setembro. Já a nota do banco Montepio sustenta que os resultados relativos ao final do terceiro trimestre não incluíam a operação. As diligências da CMVM pretenderão esclarecer qual destas posições corresponde à realidade. 

(Notícia actualizada às 19:07 com informação adicional sobre a posição da CMVM)
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