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Monte dei Paschi fechou 2016 com prejuízos de 3,38 mil milhões de euros

O Governo italiano continua em conversações para a elaboração de um novo plano de negócio para o banco, que tem de ser aprovado pelas autoridades europeias.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
10 de Fevereiro de 2017 às 11:48
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O banco italiano Monte dei Paschi anunciou esta sexta-feira, 10 de Fevereiro, que fechou o último trimestre de 2016 com prejuízos de 2,53 mil milhões de euros, um valor que eleva para 3,38 mil milhões de euros os prejuízos do conjunto do ano, motivados, em grande medida, pela queda das receitas e pelo crescimento das provisões para o malparado.

Os resultados do banco mais antigo do mundo acrescentam ainda mais urgência ao plano de resgate que está a ser preparado pelo Governo de Gentiloni, depois de a instituição ter falhado o plano de recapitalização de 5 mil milhões de euros junto de privados, em Dezembro.

O falhanço levou o Governo a constituir um fundo de 20 mil milhões de euros para apoiar o sistema financeiro do país – e resgatar o Paschi – a braços com uma elevada carteira de crédito malparado.

O Banco Central Europeu considera que a instituição vai precisar de uma injecção de 8,8 mil milhões de euros, um valor superior aos 5 mil milhões de euros do plano inicial.

Nesta altura ainda decorrem as conversações sobre o novo plano de negócios para o Paschi, que tem de ser aprovado pelas autoridades europeias.

"O governo ainda está a discutir o sexo dos anjos, e não acredito que o Monte dei Paschi vá obter o financiamento de que precisa a tempo", afirma Marco Elser, da Lonsin Capital, citado pela Bloomberg. "A situação ainda é bastante alarmante".

No dia 21 de Dezembro, o banco alertou que poderia ficar sem liquidez dali a quatro meses, frisando que, no quinto mês poderia ter já uma liquidez negativa em 15 milhões de euros. A instituição pediu permissão ao Tesouro para aceder ao programa de garantia bancária italiana, que permite aumentar a liquidez através da emissão de obrigações adicionais garantidas pelo Estado. No âmbito do programa, o banco fez duas emissões no mês passado, no total de 7 mil milhões de euros.

 

O Monte dei Paschi perdeu 87% do seu valor de mercado no ano passado, antes de as acções terem sido suspensas a 23 de Dezembro
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