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Acções do Monte dei Paschi devem voltar a negociar no final do mês ou em Outubro

Suspensas desde o ano passado, as acções do italiano Monte dei Paschi di Siena devem voltar a negociar em bolsa entre o final deste mês e o início de Outubro, de acordo com uma publicação económica italiana.

05 de Setembro de 2017 às 09:06
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As acções do banco italiano Monte dei Paschi di Siena podem regressar à negociação em bolsa entre o final deste mês e o início de Outubro, de acordo com a publicação Milano Finanza, citada pela Bloomberg. O banco está a trabalhar com o regulador italiano para completar o processo de registo para poder voltar a negociar em bolsa, acrescenta a mesma fonte.

As acções do banco mais antigo do mundo foram suspensas no final do ano passado, altura em que a instituição não conseguiu reunir os cinco mil milhões de euros de que precisava para se recapitalizar.


A confirmar-se, esta decisão surge depois de o Monte dei Paschi di Siena ter sido conhecido em Julho que o Estado italiano vai ficar com 70% do capital do Monte dei Paschi di Siena depois da injecção de capital de 5,4 mil milhões de euros, uma operação que recebeu luz verde de Bruxelas. Uma "luz verde" que implicava uma reestruturação profunda da instituição. E o banco já apresentou o seu plano para os próximos cinco anos.


Até 2021 o banco deverá eliminar 5.500 postos de trabalho e encerrar 600 balcões. O plano prevê ainda a venda de activos, nomeadamente 28,6 mil milhões de crédito malparado, segundo um comunicado emitido a 5 de Julho, e citado pela Bloomberg. A instituição financeira prevê ainda registar lucros de 1,2 mil milhões de euros em 2021.


Foram necessários vários meses para que Roma e Bruxelas pudessem chegar a um entendimento que autorizasse a recapitalização da instituição financeira. No arranque do segundo semestre, a luz verde chegou acompanhada de duas condições.


A primeira foi a confirmação por parte do Banco Central Europeu de que o Monte dei Paschi está solvente e cumpre as exigências de capital. A segunda porque Itália recebeu o compromisso formal de vários investidores privados para comprar um portefólio de crédito malparado do banco, com um valor de 26 mil milhões de euros.

Para que Bruxelas desse o aval à operação, foi ainda necessário que os accionistas e os credores juniores do Monte dei Paschi garantissem a contribuição com 4,3 mil milhões de euros no plano de recapitalização do banco, por forma a limitar "a utilização de dinheiro dos contribuintes". Os detentores de obrigações juniores vão ver os seus títulos transformados em acções, o que diluirá as posições dos actuais accionistas. A entrada do Estado no capital do banco, através da injecção de 5,4 mil milhões de euros, também reduzirá o peso dessas participações.

Em meados do ano passado, o Monte dei Paschi comunicou ao mercado que terminou o primeiro semestre do ano com um prejuízo de 3,2 mil milhões de euros, um valor que é justificado pelas provisões no montante de cerca de quatro mil milhões de euros registadas neste período, de acordo com o comunicado emitido na sexta-feira, 11 de Agosto, pelo banco italiano.

A margem financeira diminuiu, num período em que o volume gerado pelas comissões também caiu.

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