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Monte dei Paschi vai eliminar 5.500 postos de trabalho
A Comissão Europeia aprovou a injecção de 5,4 mil milhões de euros no capital do Monte dei Paschi. Mas ficou bem claro que o banco precisa de uma reestruturação profunda. E já há dados: a eliminação de mais de cinco mil postos de trabalho e o fecho de 600 balcões.
O Estado italiano vai ficar com 70% do capital do Monte dei Paschi di Siena depois da injecção de capital de 5,4 mil milhões de euros, numa operação que ontem recebeu a aprovação de Bruxelas. Uma "luz verde" que implicava uma reestruturação profunda da instituição. E o banco já apresentou o seu plano para os próximos cinco anos.
Assim, até 2021 o banco deverá eliminar 5.500 postos de trabalho e encerrar 600 balcões. O plano prevê ainda a venda de activos, nomeadamente 28,6 mil milhões de crédito malparado, segundo um comunicado emitido esta quarta-feira, 5 de Julho, e citado pela Bloomberg.
A instituição financeira prevê ainda registar lucros de 1,2 mil milhões de euros em 2021.
A intervenção do Estado no Monte dei Paschi é a maior desde que Mussolini nacionalizou a banca, em 1933.
"Não há plano B e os objectivos são alcançáveis", afirmou o presidente executivo do banco, Marco Morelli, numa conferência com analistas, citado pela Bloomberg. "É um plano bastante conservador, não estamos a disparar para objectivos irrealistas" no que respeita às previsões de crescimento dos resultados "e temos uma solução estrutural e uma abordagem sustentável para a qualidade dos activos", sublinhou o responsável.
Depois de vários meses de indefinição, o Governo italiano recebeu agora luz verde para avançar com a recapitalização do Monte dei Paschi di Siena, considerado o banco mais antigo do mundo e que está em dificuldades desde o final do ano passado.
O acordo com Bruxelas foi fechado depois de terem sido cumpridas duas condições. A primeira foi a confirmação por parte do Banco Central Europeu de que o Monte dei Paschi está solvente e cumpre as exigências de capital. A segunda porque Itália recebeu o compromisso formal de vários investidores privados para comprar um portfolio de crédito malparado do banco, com um valor de 26 mil milhões de euros.
Para que Bruxelas desse o aval à operação, foi ainda necessário que os accionistas e os credores juniores do Monte dei Paschi garantissem a contribuição com 4,3 mil milhões de euros no plano de recapitalização do banco, por forma a limitar "a utilização de dinheiro dos contribuintes". Os detentores de obrigações juniores vão ver os seus títulos transformados em acções, o que diluirá o peso dos actuais accionistas.
A intervenção do Estado no Monte dei Paschi é a maior desde que Mussolini nacionalizou a banca, em 1933, processo em que também foi incluída esta instituição.