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Governo autoriza vendas dos bancos da CGD na África do Sul, Espanha e Brasil

A Caixa Geral de Depósitos vai vender directamente a um ou vários investidores as unidades na África do Sul, Espanha e Brasil. Não haverá concursos. São condições definidas na autorização aprovada pelo Conselho de Ministros.

Bruno Simão
21 de Dezembro de 2017 às 16:39
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A Caixa Geral de Depósitos já tem autorização do Governo para vender as suas unidades na África do Sul, Espanha e Brasil. O banco pode vender a totalidade ou partes das instituições financeiras directamente a um ou mais investidores. 

 

A luz verde do Governo, que como o Negócios noticiou era obrigatória para que estes processos de privatização avançassem, foi dada no Conselho de Ministros desta quinta-feira, 21 de Dezembro.

 

"Foram aprovados os processos de alienação das participações sociais detidas pela Caixa Geral de Depósitos no capital social das sociedades Mercantile Bank Holdings Limited (sociedade de direito sul africano), Banco Caixa Geral (sociedade de direito espanhol), e Banco Caixa Geral – Brasil (sociedade de direito brasileiro)", assinala o comunicado emitido após a reunião.

 

A alienação será "por via da transmissão da totalidade ou parte das acções representativas das participações sociais detidas pela CGD no capital social de cada uma das sociedades referidas, na modalidade de venda directa a um ou mais investidores".

 

O banco público tinha assumido ao Negócios que as vendas tinham de ser enquadradas na Lei-Quadro das Privatizações, como ocorreu com a Fidelidade em 2013. Contudo, faltava a autorização estatal que determinasse qual a modalidade em que tal iria ocorrer. Será a venda directa e não haverá concurso.

 

"Este diploma contribui para o reforço da solidez financeira do banco público, bem como para o cumprimento do plano estratégico que se encontra subjacente ao plano de capitalização da CGD, correspondendo, nessa medida, à prossecução do interesse público", assinala ainda o comunicado enviado após o Conselho de Ministros.

 

A venda destas unidades enquadra-se no plano estratégico da CGD, assumido após a capitalização que envolveu 3,9 mil milhões de euros estatais, no arranque deste ano. Um plano que prevê a redução de pessoal e da rede. Nos primeiros meses do ano, os ganhos obtidos em operações financeiras, com o desempenho dos "swaps" de taxas de juro, permitiram a constituição de provisões de 322 milhões para cobrir os custos com o redimensionamento da área internacional da CGD.


Este ano, o banco quer, também fechar as suas sucursais "off-shore" em Macau (não confundir com o BNU Macau, que continuará a sua actividade) e Caimão.  


A rede

As unidades de que a CGD se está a desfazer

África do Sul, Espanha e Brasil são os bancos da CGD que terão de ser privatizados, segundo admite a própria instituição financeira.

Sul-Africano tem a venda mais avançada
As contas da CGD já colocam o Mercantile Bank como um "activo não corrente detido para venda". A alienação desta instituição financeira é a que está mais avançada. A gestão de Paulo Macedo esperava, quando escreveu o relatório e contas do primeiro semestre, concretizar esta operação ainda em 2017. Considerava-o, até, "altamente provável". Ainda não ocorreu. Em Março, o fundo NEF, que tem por missão o aumento do peso do investimento negro no país, mostrou-se interessado no banco que, no final do ano passado, empregava 510 funcionários. O Mercantile teve lucros de 7 milhões até Junho, face aos 4,6 milhões do período homólogo.

BCG Espanha é dos mais relevantes
Depois da operação nacional e do BNU em Macau, o Banco Caixa Geral em Espanha é o que tem o activo mais valioso dentro do grupo bancário. Em Junho foi, após Macau e Angola, o que mais contribuiu para os resultados da actividade internacional da CGD, com lucros de 12,8 milhões de euros. O banco no país vizinho conta com um quadro de 523 empregados. Segundo uma ronda feita pelo jornal Expansión, os bancos espanhóis não estão interessados nesta unidade que se concentra apenas na Extremadura, na Galiza e em Madrid. O banco foi reestruturado e esvaziado dos activos tóxicos, que estão numa sucursal.

BCG Brasil é dos mais pequenos
O Banco Caixa Geral Brasil foi um dos que perdeu negócio no primeiro semestre deste ano. Foram apenas 400 mil euros que contribuíram para os resultados do grupo CGD em Junho, menos 70% do que um ano antes. O aumento das imparidades para crédito foi um dos motivos para esta quebra do negócio.

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