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CGD espera fechar venda em Espanha em Julho e acredita em preço adequado

O Banco Caixa Geral Espanha "é um banco mais fácil de vender", admite Francisco Cary, administrador da CGD. O também "chairman" da instituição diz que a Lone Star, que olhou para a operação, não era a melhor opção.

Duarte Roriz/Correio da Manhã
08 de Junho de 2018 às 15:26
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A Caixa Geral de Depósitos espera concluir a venda da filial em Espanha no próximo mês. Tendo em conta as ofertas recebidas, o banco público acredita que o preço não será um problema.

 

"Conseguimos um número suficiente de ofertas que nos permitem acreditar que, dado o ponto de vista do preço, se não houver novidades, poderemos encerrar a venda", adiantou o administrador da instituição financeira Francisco Cary responsável pela operação, em entrevista ao jornal espanhol Expansión.

 

A venda do Banco Caixa Geral Espanha, filial concentrada nas regiões da Galiza e Extremadura, contou com "45 manifestações de interesse, 23 acordos de confidencialidade firmados e, no fim, sete propostas não vinculativas", adiantou Cary, conforme o Negócios tinha já avançado.

 

"Temos a obrigação de vender, mas se o preço for demasiado baixo, poder-se-ia abrir a discussão com a Comissão Europeia. Não esperamos que isso seja necessário", respondeu o administrador da CGD. "Agora é um banco mais fácil de vender", acrescentou ao Expansión. O Banco Caixa Geral Espanha conta com 524 funcionários.

 

Ausência de obstáculos dá preferência

A alienação foi uma imposição da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, por conta da capitalização estatal. A venda respeita as regras por que as privatizações têm de passar, com a intervenção do Governo. De acordo com a legislação já aprovada para estas operações, o preço, a percentagem de capital a comprar, a ausência de condições, o projecto estratégico e a idoneidade são os critérios de avaliação dos compradores.

 

"É difícil dizer que, quando se venda, o preço não é uma variável muito importante. Mas, no final do dia, não é a única variável que se tem em conta. Incluímos aqui a capacidade que o comprador tenha de encerrar a operação rapidamente, sem muitos obstáculos regulatórios ou necessidades financeiras. Damos preferência a alguém que tenha capacidade e que não dependa de recursos para poder concluir a aquisição", concretiza Francisco Cary.

 

Dona do Novo Banco não tinha preferência

Segundo o jornal Expansión, o Cajamar, o Abanca (que está a adquirir o negócio de retalho do Deutsche Bank em Portugal) e um fundo de capital de risco que não tem grande dimensão, mas que não foi identificado, são os três favoritos à aquisição. Um fundo que esteve na corrida, mas sem chegar à actual fase, foi a Lone Star, dona de 75% do Novo Banco desde Outubro do ano passado. Mas esta não seria uma oferta bem recebida pela gestão da CGD.

 

"Formalmente não havia impedimentos para que a Lone Star avançasse, mas para nós seria mais fácil que o comprador fosse uma entidade ou um fundo que não concorra connosco em Portugal", especificou Francisco Cary.

Antes de integrar a administração da CGD por convite de Paulo Macedo, Cary foi administrador do Novo Banco e foi vice-presidente do antigo BES Investimentos. 

 

Venda no Verão

"Gostaríamos de fechar a venda no fim de Julho, é difícil que seja em Junho", adiantou Cary. Os cadernos de encargos para as saídas da Caixa de Espanha e África do Sul, onde está presente através do Mercantile Bank, já foram aprovados em Conselho de Ministros. Segue-se a escolha dos finalistas, que cabe ao Governo, depois da proposta da administração do banco. A venda no Brasil, iniciada na mesma altura, está atrasada por conta da turbulência política.

 

A venda da Caixa em Espanha é uma possibilidade já com vários anos, mas Cary defende que não aconteceria se não fosse Bruxelas: "Provavelmente não sairíamos se não fosse uma imposição". É isso que acontece também com a sucursal de França, que a CGD quer convencer Bruxelas a não ter de vender. A sucursal tem vivido um momento difícil por conta das greves dos trabalhadores a contestar a ausência de respostas da administração do banco público.

 

 O banco resulta da fusão de três instituições (Banco de Extremadura, Banco Luso Español – antigo Chase Manhattan – e ainda o Simeón), tendo sido expurgado de activos tóxicos, que passaram para a sucursal espanhola nos anos da crise da dívida. Essa sucursal continuará a existir. 

"Vendemos a filial, mas mantemos uma sucursal, porque temos de conservar serviços mínimos". Aliás, essa indicação de manutenção de algum tipo de presença existe já desde que foram anunciadas as intenções de venda das filiais em Espanha, África do Sul e Brasil.

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