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Liberbank só compra banco espanhol da CGD sob "circunstâncias excepcionalmente favoráveis"
No início da semana passada, a imprensa espanhola avançou que o espanhol Liberbank era o único representante do país na compra do Banco Caixa Geral. No final da semana, o banco assumiu que não prevê uma oferta vinculativa.
O espanhol Liberbank estava sozinho entre os seus conterrâneos na corrida ao Banco Caixa Geral, a filial que a Caixa Geral de Depósitos tem em Espanha. Contudo, no final da semana passada, o presidente executivo veio afirmar que a intenção não se deverá concretizar.
"[O grupo Liberbank] não prevê realizar uma oferta vinculativa pelo Banco Caixa Geral, salvo se existirem circunstâncias excepcionalmente favoráveis", frisou o presidente Manuel Menéndez, na sexta-feira, 23 de Março, segundo cita a agência Efe.
O Liberbank, que resultou da fusão de instituições de poupança espanholas, apresentou uma proposta preliminar, mas não parece disponível para transformá-la em vinculativa.
Segundo a Efe, a instituição financeira tinha sido mesmo a única entidade espanhola a entregar uma oferta não vinculativa pela instituição que a Caixa Geral de Depósitos está obrigada a vender.
Antes das fases de propostas vinculativas, tinham sido 15 as entidades a pedir informação adicional sobre a filial espanhola, incluindo entidades como o BCP e a Lone Star, dona do Novo Banco, segundo adiantou a Lusa. Não se sabe quantas entidades tornaram os seus interesses em propostas vinculativas. O BCP não quis comentar ao Negócios.
Em Novembro, o jornal Expansión tinha feito uma ronda junto de bancos espanhóis e tinha concluído que não havia grande interesse dos bancos do país vizinho na aquisição do Banco Caixa Geral, com presença sobretudo na Extremadura e Galiza, no âmbito do processo assessorado pelo Société Générale.
Segundo o El Periódico Extremadura, havia fontes sindicais preocupadas com a integração do Caixa Geral no Liberbank, já que oito em cada dez agências do banco estão em localidades na Extremadura onde o interessado está presente.
O BCG Espanha deu um contributo de 26,3 milhões de euros para os resultados anuais da CGD em 2017, mas a entidade tem de ser alienada.
Espanha é apenas um dos mercados internacionais com que a administração da Caixa se comprometeu junto da Comissão Europeia a sair, no âmbito da capitalização estatal de 3,9 mil milhões de euros. As operações no Brasil e na África do Sul seguem também processos de venda.
Outra entidade que o banco público tem de alienar é a sucursal em França, mas a gestão de Paulo Macedo pretende renegociar essa obrigação junto de Bruxelas.