Notícia
Eurofin nega envolvimento no colapso do GES
A sociedade suíça especializada em serviços financeiros nega ter estado envolvida no colapso do Grupo Espírito Santo e admite entrar em contacto com as autoridades portuguesas para esclarecer a situação.
A Eurofin, sociedade criada há 15 anos para ajudar na gestão de transacções financeiras da família Espírito Santo e das suas empresas, reagiu esta quinta-feira à notícia de ontem do Wall Street Journal. E desmentiu responsabilidades na derrocada do grupo.
O jornal norte-americano noticiou esta quarta-feira que a Eurofin desempenhou um papel-chave no colapso do GES. Segundo emails internos, registos de negociação e outros documentos a que o jornal teve acesso, a Eurofin desempenhou um papel de relevo no apoio às finanças dos Espírito Santo. O Wall Street Journal adianta que as informações que obteve tiveram também origem em antigos administradores e pessoas ligadas às empresas.
A Eurofin já tinha sido referida pelo governador do Banco de Portugal. Carlos Costa revelou, aquando do anúncio de resgate do BES, que foram identificadas duas operações suspeitas que deterioraram as contas do BES, antes do resgate da instituição financeira. Uma delas passou pela "colocação de títulos, envolvendo o Banco Espírito Santo, o Grupo Espírito Santo e a Eurofin Securities, que determinaram um registo de perdas nas contas do Banco Espírito Santo no valor total de 1.249 milhões de euros, com referência a 30 de Junho de 2014."
A 5 de Agosto, a Eurofin desmentiu o seu envolvimento. E, de acordo com o WSJ, o presidente executivo da empresa, Alexandre Cadosch, afirmou, numa entrevista, que "acredita firmemente que somos o alvo errado".
O jornal adianta que, de acordo com uma fonte ligada às investigações ao BES, os reguladores portugueses suspeitam que a Eurofin desempenhou um papel central no GES.
Num comunicado emitido por email, e divulgado pela agência Bloomberg, a Eurofin admite contactar as autoridades portuguesas para esclarecer a situação.