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Eurofin diz que nunca promoveu investimentos do GES nem para clientes do BES

A Eurofin, sociedade suíça especializada em serviços financeiros, foi identificada pelo Banco de Portugal, no processo que levou à deterioração da situação financeira do BES. A empresa desmente o seu envolvimento e diz que não foi contactada por qualquer autoridade portuguesa ou suíça.

05 de Agosto de 2014 às 20:07
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O Banco de Portugal identificou duas operações suspeitas que deterioraram as contas do BES, antes do resgate da instituição financeira. "A emissão de duas cartas-conforto dirigidas a investidores institucionais não residentes" que provocaram uma perda "no valor de 267 milhões de euros" nas contas do BES. E "operações de colocação de títulos, envolvendo o Banco Espírito Santo, o Grupo Espírito Santo e a Eurofin Securities, que determinaram um registo de perdas nas contas do Banco Espírito Santo no valor total de 1.249 milhões de euros, com referência a 30 de Junho de 2014."

 

Estas operações foram identificadas pelo próprio governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, quando anunciou o resgate financeiro do banco, a 3 de Agosto.

 

Ontem, o Wall Street Journal noticiou que a Eurofin desenhou produtos estruturados para o BES durante anos, mas nunca participou no processo de venda directa a investidores, de acordo com uma fonte próxima da empresa.

 

Esta terça-feira, 5 de Agosto, a Eurofin reagiu afirmando que "nenhuma das subsidiárias do grupo Eurofin colocou ou promoveu produtos de investimento para o GES ou clientes do BES", segundo um comunicado emitido. A empresa rejeita ainda ter desenhado produto para clientes de retalho e defende que "actuou sempre" de acordo com a lei.

 
Quem é Machado da Cruz?

Machado da Cruz foi contabilista da ESI,  a "holding" de controlo do GES onde foram detectadas "irregularidades relevantes" relativas às contas de 2012. Em entrevista ao Negócios, em Maio, Ricardo Salgado afirmou que o contabilista tinha assumido a responsabilidade pelas irregularidades detectadas, demitindo-se.

 

No mês seguinte, em entrevista ao Expresso, o contabilista afirmou que "Ricardo Salgado sabia" que as contas não reflectiam a verdade.

 

 

A Eurofin esclarece ainda a ligação com Machado da Cruz e com João Poppe. No que respeita a Machado da Cruz, que foi contabilista da ESI, a Eurofin diz que "nunca foi seu trabalhador. Machado da Cruz foi administrador não-executivo da Eurofin Holding SA até Março de 2014, mas nunca teve qualquer mandato da Eurofin Group em relação ao BES ou GES."

 

Já em relação João Poppe, responsável pela Eurofin Capital, em Londres, e que é membro da família Espírito Santo, a Eurofin diz que o responsável "não tem qualquer ligação com o BES." Esta explicação surge depois de o Wall Street Journal ter revelado que há uma outra ligação entre a Eurofin e o BES. A ligação é Moreira Rato e João Poppe. Em causa está o facto de os dois responsáveis terem trabalhado na Nau Capital, empresa comprada, em 2011, pela Eurofin. Moreira Rato saiu da Nau antes desta ser comprada, segundo o jornal. Já João Poppe mantém-se no grupo. 

 

A concluir, a Eurofin adianta no seu comunicado que "não recebeu qualquer pedido de informação, nem foi contactada por quaisquer autoridades portuguesas ou suíças".

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