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Ricciardi "jamais" teve intervenção nas operações entre BES e Eurofin
O presidente do BESI vem esclarecer que não esteve envolvido em transacções que poderão ter causado um "buraco" de 800 milhões de euros no antigo BES.
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José Maria Ricciardi, presidente da unidade de investimento do Novo Banco, quis deixar bem claro que não teve qualquer intervenção nas operações realizadas entre o antigo Banco Espírito Santo e a sociedade suíça Eurofin, que terá tido um papel no buraco financeiro do banco.
"Nem o meu constituinte [Ricciardi], nem o BESI, tiveram jamais intervenção nas operações financeiras realizadas entre o BES e a Eurofin", diz, em comunicado enviado às redacções, Pedro Reis, o advogado do banqueiro.
A Eurofin é uma sociedade que, segundo tem sido relatado por vários artigos do Wall Street Journal, teve um papel no financiamento do BES e do GES – compraria títulos de dívida do BES e venderia, depois, a clientes do banco. Segundo avançou o i, Ricciardi considerou haver uma "fraude", que poderá ter contribuído para 800 milhões de euros de prejuízo do antigo BES – terá sido uma razão para o banco ser, posteriormente, alvo de resolução e dividido em Novo Banco e banco mau.
O comunicado foi escrito em reacção a uma notícia do Correio da Manhã que diz que Ricciardi está a colaborar com a investigação do Ministério Público em torno da gestão de Ricardo Salgado no BES. "Qualquer cidadão tem o dever de contribuir para o apuramento da verdade perante o poder judicial, obrigação a cujo cumprimento o meu constituinte não se furtará no momento próprio", escreve o advogado de Ricciardi, recusando, contudo, que esteja a "entregar" o primo à justiça.
Apesar de toda a família ter saído do BES, José Maria Ricciardi manteve-se sempre na liderança do BESI, instituição cujo processo de venda está a ser ultimado.