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Deutsche Bank obrigado a garantir que tem forma de reembolsar obrigacionistas

O maior banco alemão emitiu um comunicado para reassegurar a confiança dos investidores na sua capacidade de cumprir as suas obrigações. As acções do banco afundam quase 39% desde o início do ano e os CDS mais do que duplicaram.

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Deutsche Bank Looks to Ease 'Coco' Bond Concerns
09 de Fevereiro de 2016 às 11:54
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O Deutsche Bank tornou-se o maior banco em, pelo menos, quatro anos a ver-se obrigado a garantir aos investidores e funcionários que tem dinheiro suficiente para cumprir as suas obrigações.

Num comunicado emitido na segunda-feira, 8 de Fevereiro, o maior banco alemão garantiu que tem mais do que meios suficientes para pagar os cupões das suas obrigações com maior risco, tanto este ano como em 2017. A instituição também publicou uma nota dirigida aos funcionários, onde o CFO Marcus Schenck assegura que o "capital e a posição de risco" do banco "permanecem fortes".

O comunicado do Deutsche Bank surge em resposta às preocupações demonstradas por Simon Adamson, analista do CreditSights, quanto à capacidade do banco para pagar os cupões das obrigações de capital contigente (conhecidas por CoCo) em 2017, se apresentar resultados operacionais decepcionantes ou os custos judiciais forem superiores ao esperado. O banco alemão tem 1,75 mil milhões de euros emitidos em obrigações CoCo. Os títulos estão a transaccionar abaixo dos 75 cêntimos de euro, após uma queda de 19% este ano para mínimos. As obrigações CoCo podem ser convertidas em acções caso o emitente enfrente problemas de capital.


Em 2015, o banco alemão registou prejuízos de 6,8 mil milhões de euros, em grande parte devido aos elevados custos de litigância que atingiram os 5,2 mil milhões de euros (face ao dois mil milhões em 2014). Foi a primeira vez desde 2008 que o Deutsche Bank teve um resultado anual negativo.

Os custos dos contratos que protegem os investidores do risco de a dívida do Deutsche Bank não ser reembolsada – os chamados "credit default swaps" (CDS) – mais do que duplicaram este ano, ao passo que as acções do banco acumulam uma desvalorização de quase 39% desde o início de 2016.

Os títulos perdem, esta terça-feira, 0,29% para 13,78 euros, o valor mais baixo desde Janeiro de 2009, depois de terem afundado 9,5% na sessão de ontem.

Em 2011, no contexto de uma forte volatilidade nos mercados associada à crise da dívida soberana na Europa, também o Bank of America e o Morgan Stanley se viram forçados a tomar medidas para reassegurar a confiança dos investidores. O Bank of America anunciou um investimento de 5 mil milhões de dólares de Warren Buffet para reforçar o seu capital em Agosto desse ano, enquanto o Mitsubishi UFJ Financial Group emitiu um comunicado, em Outubro, reiterando a sua aliança com o Morgan Stanley.


Banca volta a estar no olho do furacão

O Deustsche Bank acabou por arrastar todo o sector financeiro, que volta a estar no olho do furacão.

O índice que reúne os maiores bancos europeus desce 1,43% para 136,20 pontos, o valor mais baixo desde Agosto de 2012. Isto depois de, na segunda-feira, ter afundado mais de 5,5%. Os custos para os investidores se protegerem do incumprimento dos bancos europeus também tem disparado.

Nos Estados Unidos a banca também foi o sector que mais penalizou os mercados, que atingiram mínimos de 22 meses. O Bank of America e o Citigroup afundaram mais de 5% e o Goldman Sachs mais de 4%.

2016 "vai ser um ano muito mau" para a banca, refere Lutz Roehmeyer, analista da LBB Invest, em Berlim. Os bancos europeus "podem basicamente deitar para o lixo os objectivos que fixaram para este ano", acrescenta.  

 

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