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Lucros do Société Générale ficam abaixo do esperado. Acções afundam 12%
Os resultados da área de investimento e as provisões para potenciais custos legais penalizaram os resultados do segundo maior banco francês por valor de mercado.
O Société Générale obteve lucros de 656 milhões de euros no quarto trimestre do ano passado. Mais do que os resultados líquidos de 549 milhões de euros conseguidos um ano antes. Contudo, este resultado ficou muito aquém do esperado. Os analistas consultados pela Bloomberg previam que o segundo maior banco francês tivesse registado lucros de 944 milhões de euros.
A explicar esta divergência face às estimativas estará sobretudo o custo de litigância no valor de 400 milhões de euros que anulou o ganho conseguido com a venda da posição na Amundi, revela a Bloomberg.
Além disso, os lucros na área de banca global e serviços aos investidores, o que inclui "trading" e "private banking", desceram 35% para os 275 milhões de euros, nos últimos três meses do ano passado. Já as receitas desceram 8,5% para os 1,28 mil milhões de euros.
As receitas com transacção de acções cederam 31%, face ao último trimestre do ano passado, para os 447 milhões de euros, penalizadas "pelas condições de mercado desafiadoras combinadas com uma aversão ao risco mais pronunciada por parte dos investidores sobretudo por produtos estruturados", refere o comunicado citado pela Bloomberg. Já no segmento de dívida as receitas aumentaram 10% para os 511 milhões de euros.
No acumulado do ano, o Société Générale obteve um crescimento dos lucros de 49% para quatro mil milhões de euros, o valor mais elevado desde 2006. A contribuir para este resultado esteve a venda de activos e os ganhos relacionados com a reavaliação da sua dívida.
E se os números de 2015 ficaram aquém do previsto, o banco deixou nota de que 2016 será um ano difícil. Isto porque o Société Générele adiantou que pode ser difícil alcançar os seus objectivos em termos de rentabilidade devido aos "ventos contrários" relacionados com o ambiente de taxas de juro historicamente baixas e com a volatilidade dos mercados financeiros.
No comunicado, o banco alerta para a expectativa de um ambiente "instável" em 2016, mas frisa que "suportado por um modelo de negócio bem-sucedido, vai determinadamente perseguir o seu plano de transformação de modo a continuar a proporcionar valor acrescentado aos seus clientes e a continuar a criar valor para os seus accionistas".
E ainda que tenha mantido a meta de obter um ROE (rentabilidade de capitais próprios) de 10%, sublinhou que o objectivo é "não confirmado" para este ano. Em 2015, obteve um ROE de 7,9%.
Na sequência da apresentação de resultados, as acções do banco cedem 12,86% para os 27,355 euros, mas já estiveram a cair mais de 13%, arrastando o sector da banca europeia, que perde mais de 5%, esta quinta-feira.