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"Cooperação" de KPMG com BdP e CMVM permitiu actuar com "rapidez assinalável" no BES

Sikander Sattar, presidente da auditora do BES, considera que houve uma "cooperação de referência" com os supervisores. Foi isso que permitiu actuar com rapidez.

Bruno Simão/Negócios
02 de Dezembro de 2014 às 16:36
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Houve uma "cooperação de referência" entre a auditora do Banco Espírito Santo, a KPMG Portugal, e os supervisores Banco de Portugal (BdP) e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na opinião do presidente da auditora Sikander Sattar.

 

Aos deputados, na audição desta terça-feira 2 de Dezembro na comissão de inquérito ao BES, Sattar afirmou que houve uma "cooperação particularmente constante, intensa e externa".

 

"Tratou-se de uma cooperação de referência que permitiu detectar e tratar, com uma rapidez assinalável, em cima da hora, assuntos de natureza altamente complexa", continuou o responsável da auditora, que trabalha com a área financeira do Grupo Espírito Santo desde 2002. Neste período, assegurou Sattar, sempre foi alertando para eventuais riscos.

 

Um dos exemplos foi o "período crítico" de 2014, que passou pelo trabalho de análise das contas semestrais do BES, que revelaram prejuízos de 3.577 milhões de euros. Grande parte deste valor, mais de mil milhões, deveu-se a operações de recompra de dívida do banco a um preço mais baixo do que havia sido emitida. Segundo Sattar, são "operações atípicas, plurijurisdicionais e complexas". Daí que tenha investigado os factores de risco até à divulgação das contas.

 

Ainda que sem identificar o montante das perdas adicionais, a 16 de Julho, a KPMG reuniu-se com o Banco de Portugal para apresentar um mapa-resumo da exposição directa e indirecta do BES ao ESFG e do ESFG ao Grupo Espírito Santo e para falar das referidas operações de recompra de dívida do BES. A quantificação das perdas foi feita, de forma final, a 28 de Julho. A 30 de Julho, os números do semestre foram apresentados ao mercado.   

 

Na sequência da apresentação dos resultados, o BES foi alvo de uma medida de resolução a 3 de Agosto dado que se considerou que não haveria privados interessados em injectar dinheiro no banco. 

 

Durante todo este período, as acções do BES continuaram a negociar em bolsa - com os intervenientes a saberem que, em qualquer opção que passasse pelo uso do dinheiro do Estado para tapar esse buraco, iria impor perdas aos accionistas. 

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