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Clientes e sindicatos juntam-se ao Banif na acção-crime contra TVI

Primeiro, foi a gestão do Banif. Agora, sindicatos e clientes juntam-se ao banco. São estas as entidades que vão actuar contra o "comportamento altamente irresponsável da TVI" depois de uma notícia que falava no fecho do banco.

Miguel Baltazar
16 de Dezembro de 2015 às 19:16
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Os clientes e os sindicatos da banca vão processar a TVI numa acção que será liderada pelo Banif. Em causa está a notícia de domingo à noite que dizia que o encerramento do banco estava a ser preparado.

 

"As estruturas sindicais do sector bancário e um vasto grupo de clientes vão juntar-se ao Banif na acção crime contra o comportamento altamente irresponsável da TVI o qual provocou danos irreparáveis à instituição e ao interesse público", assinala um comunicado enviado pelo banco liderado por Jorge Tomé às redacções.

Não foi ainda possível saber quantos clientes e que estruturas sindicais estão em causa nesta acção em que o banco pretende ser ressarcido depois de, no domingo, surgirem notícias em rodapé, por parte da TVI, que indicavam que estava "tudo preparado para o fecho do banco", adiantando-se que o mesmo seria dividido em duas entidades, e que a parte "boa" iria para a Caixa Geral de Depósitos.

 

A instituição financeira sediada no Funchal prometeu ontem prosseguir com uma acção judicial contra a estação de Queluz. Em comunicado, o banco reiterou "que tudo fará para fazer valer na justiça os danos irreparáveis causados ao Banif, pela forma irresponsável e deontologicamente reprovável como, sem qualquer preocupação pelo apuramento da verdade, publicaram afirmações erradas com graves consequências para a actividade do banco".

 

Tal comunicado foi feito depois de a direcção de informação da TVI ter feito uma nota de esclarecimento sobre as notícias transmitidas no domingo em que foram pedidas desculpas

 

"Por estes motivos, a TVI envia desculpas aos seus espectadores, mas também aos accionistas, trabalhadores e clientes do Banif, pela difusão de um conjunto de informações que, embora cabalmente esclarecidas  no jornal ‘25ª hora’, emitido à meia-noite, poderão ter induzido conclusões erradas e precipitadas sobre os destinos daquela instituição financeira", indicava a nota da direcção liderada por Sérgio Figueiredo.


A notícia acabou por criar uma pressão sobre o banco, nomeadamente aquando da abertura da negociação das acções em bolsa. Na segunda-feira, o Banif afundou 41% em Lisboa. Além disso, houve clientes em filas em agências pedindo informações sobre o que se está a passar. O Diário Económico escreveu que o banco perdeu 200 milhões de euros em depósitos na segunda-feira.

 

Neste momento, a entidade fundada por Horácio Roque tem à venda a posição de 60% que o Estado ainda possui. Um processo em que deverão ser entregues as ofertas de compra pela instituição financeira até ao final desta semana. Uma operação que o banco quer concluir com sucesso para que deixe de ter o Estado como accionista e não coloque em risco as regras de concorrência europeia - o que obrigaria a ser alvo de uma medida de intervenção como a resolução. A resolução é a forma de uma instituição ser "salva" minimizando o recurso a fundos de contribuintes, colocando o encargo primordialmente em accionistas e em detentores de dívida. 

 

(Notícia actualizada às 19h30 com mais informações)

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