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TVI pede desculpas a espectadores, accionistas e trabalhadores do Banif

Houve "imprecisões iniciais" passadas pela TVI que "poderão ter induzido conclusões erradas e precipitadas sobre os destinos" do Banif. Motivo pelo qual o canal de Queluz veio lamentar publicamente o sucedido.

15 de Dezembro de 2015 às 17:34
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A TVI pede desculpas pelas notícias, em nota de rodapé, que difundiu na noite de domingo e que indicavam que o banco estava preparado para fechar e que haveria uma intervenção esta semana. Algo que a instituição financeira logo desmentiu de forma "categórica".

 

"Por estes motivos, a TVI envia desculpas aos seus espectadores, mas também aos accionistas, trabalhadores e clientes do Banif, pela difusão de um conjunto de informações que, embora cabalmente esclarecidas  no jornal ‘25ª hora’, emitido à meia-noite, poderão ter induzido conclusões erradas e precipitadas sobre os destinos daquela instituição financeira", indica uma nota da direcção de informação do canal de Queluz.

Em comunicado, divulgado esta terça-feira, a direcção de informação da TVI, liderada por Sérgio Figueiredo, indica que "não pode deixar de lamentar que a informação que inicialmente foi veiculada (…) não tenha sido totalmente precisa e esclarecedora". No domingo, e em rodapé, a TVI disse, por exemplo, que estava "tudo preparado para o fecho do banco". O canal defende que, apesar dos erros iniciais, tentou depois esclarecer a informação difundida em rodapé no jornal seguinte, o "25ª hora".

Logo depois desta notícia, o banco comandado por Jorge Tomé (na foto) defendeu, em comunicado ao mercado, que as afirmações "não só não correspondem à verdade como não têm qualquer espécie de fundamento". Aí, o Banif prometeu que "não deixará de apurar em sede judicial toda a responsabilidade dos autores de tais 'notícias' e dos que contribuíram para a sua propagação, na defesa dos melhores interesses dos seus clientes, colaboradores e accionistas". 

 

A informação transmitida pela TVI pode, segundo a própria estação de televisão, "ter contribuído para a formação da ideia de que a solução preparada pelo Estado para o Banif apontava para a integração imediata daquela instituição financeira na Caixa Geral de Depósitos, depois de colocados os activos designados ‘tóxicos’ num ‘banco mau’ a criar". Essa era uma das informações transmitidas quando o canal noticiou que "a parte boa [do Banif] vai para a Caixa Geral de Depósitos". 

  

No esclarecimento, a estação de televisão diz, também, que, na afirmação o "‘Banif poderá ser intervencionado esta semana’, não está considerado o cenário de fecho imediato do banco como, num primeiro momento, pode ter sido interpretado". Contudo, outra das declarações que foi passada pela TVI era a de que estava "tudo preparado para o fecho do banco". Tais erros são, para o canal, "imprecisões iniciais" que depois foram rectificadas no jornal. 

A notícia acabou por criar uma pressão sobre o banco, nomeadamente aquando da abertura da negociação das acções em bolsa. Na segunda-feira, o Banif afundou 41% em Lisboa. 

Neste momento, a entidade fundada por Horácio Roque tem à venda a posição de 60% que o Estado ainda possui. Um processo em que deverão ser entregues as ofertas de compra pela instituição financeira até ao final desta semana. Uma operação que o banco quer concluir com sucesso para que deixe de ter o Estado como accionista e não coloque em risco as regras de concorrência europeia - o que obrigaria a ser alvo de uma medida de intervenção como a resolução. 

 

O que disse a TVI no domingo em rodapé:

- "Banif: A TVI apurou que está tudo preparado para o fecho do banco";

- "A parte boa vai para a Caixa Geral de Depósitos";

- "Vai haver perdas para os accionistas e depositantes acima dos 100.000 e muitos despedimentos";

- "Banif poderá ser intervencionado esta semana".

 

(Notícia actualizada pelas 17h30 com mais informações)

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