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Capitalização da CGD atrasou-se porque não é "como ir comprar três carcaças"

Mário Centeno critica a falta de plano do anterior Governo para a Caixa. "A Caixa necessita de ultrapassar uma barreira adicional, colocada pelo anterior Governo. Nada disto foi conseguido pelo anterior Governo", declarou o ministro.

Bruno Simão/Negócios
26 de Abril de 2017 às 11:07
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A recapitalização da Caixa Geral de Depósitos atrasou-se porque é "um processo complexo" e porque o Governo de António Costa precisou de "ultrapassar a barreira" colocada pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. Esta é a resposta do ministro das Finanças ao Partido Social Democrata quando questionado porque demorou mais de um ano a implementar um processo de capitalização que considerava "urgente".

 

"A urgência incidia sobre garantir que existia um processo de capitalização. Mas o processo não é como comprar três carcaças na padaria do bairro. É um processo que envolve muitas instituições", disse Mário Centeno na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa esta quarta-feira, 26 de Abril, chamado pelo PSD e pelo BE para falar dos resultados da Caixa em 2016 e da reestruturação, respectivamente.

 

Segundo Centeno, o Governo assumiu "desde o princípio" que havia urgência na capitalização. Daí, vieram as críticas ao Governo anterior: "Aquilo que o PSD, seguramente, é a dificuldade" do processo. A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu são entidades que tiveram de se envolver no plano. E o ministro diz que o PSD não tem noção disso porque não se esforçou para capitalizar o banco público. "A Caixa necessitada de ultrapassar uma barreira adicional, colocada pelo anterior Governo. Nada disto foi conseguido pelo anterior Governo", garante. 

 

Mário Centeno não referiu, na sua intervenção, os problemas que houve na implementação da capitalização, nomeadamente o facto de a administração de António Domingues, por si escolhida e que tinha negociado a capitalização, ter caído sem concretizar o processo. O princípio de acordo com Bruxelas para a capitalização foi fechado em Agosto do ano passado mas só em Março ficou concluído. Pelo meio, no início deste ano, a administração mudou com a entrada de Paulo Macedo.

 

A CGD foi alvo de uma capitalização com dinheiros estatais na ordem dos 3,9 mil milhões de euros em Março de 2017, injectados após a apresentar de prejuízos de 1.859 milhões de euros em 2016. A intenção do Governo era tê-la feito no ano passado. 

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