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Das carcaças à banca nas juntas de freguesia se fez a audição de Centeno

O ministro das Finanças acredita que a CGD vai conseguir, quando possível, amortizar a dívida perpétua que emitiu e que ainda tem de emitir. Em relação aos cortes de pessoal, Mário Centeno voltou a realçar que ninguém será despedido. As saídas serão negociadas, garantiu.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Abril de 2017 às 22:49
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Recapitalizar não é ir à Padaria comprar carcaças

Mário Centeno foi confrontado com o facto de, no início de 2016, ter dito que a capitalização da CGD era urgente e de só em 2017 a mesma ter ficado concluída. "A urgência incidia sobre garantir que existia um processo de capitalização. Mas o processo não é como comprar três carcaças na padaria. É um processo complexo que envolve muitas instituições", defendeu o ministro. Aos deputados, o governante não mencionou a mudança de gestão, que também atrasou o processo. "A Caixa estava a seguir o caminho do Banif", criticou Centeno, acrescentando que o que o Executivo conseguiu para o banco público não foi alcançado pelo Governo anterior.

Juntas de freguesia podem prestar serviços bancários

Uma das preocupações demonstradas pelos partidos, cujos deputados são eleitos por círculos eleitorais, tem sido o encerramento de balcões da CGD. "Existe um contacto muito próximo da administração da Caixa com os municípios e esperaria que dessa interacção pudessem sair decisões que permitam que a missão pública da Caixa nesse vector se possa fazer sentir e diferenciar", declarou Mário Centeno, acrescentando que há juntas de freguesia com quem há acordos para a prestação de serviços bancários. Questionado pelo Negócios sobre exemplos concretos de serviços e quais as juntas de freguesia em causa, o Ministério das Finanças não respondeu. A CGD também não. 

CGD pode contratar 100 pessoas por ano

As saídas na instituição financeira de capitais exclusivamente públicos serão por reformas naturais, pré-reformas ou por mútuo acordo: o ministro das Finanças e o secretário de Estado Adjunto, Ricardo Mourinho Félix, voltaram a frisar que não haverá despedimentos na Caixa Geral de Depósitos apesar da obrigatoriedade de corte de 2.200 postos de trabalho até 2020. Contudo, este número não impede que haja contratações desde que o objectivo de redução de pessoal seja cumprido. "A Caixa contratará pessoas: 100 efectivos por ano ao longo do período do plano de negócios", disse Ricardo Mourinho Félix. Até 2020, serão 400 os funcionários contratados para "suprir competências que a Caixa não tem". Uma das áreas que o banco público pretende melhorar neste período é o da gestão de risco.

Governo quer amortizar dívida perpétua quando puder

O ministro das Finanças acredita que, quando o plano de negócios da CGD for cumprido, no início da próxima década, a gestão do banco pode "considerar a emissão de produtos alternativos" à dívida perpétua de 500 milhões, colocada por exemplo em "hedge funds" que recebem um juro anual de 10,75%. A ideia de Mário Centeno é que, nessa altura, as condições de mercado sejam mais favoráveis. No entanto, a amortização destes títulos perpétuos só poderá ser feita cinco anos após a emissão, portanto só em 2022. A CGD ainda vai ter de emitir outros 430 milhões em dívida perpétua, como acordado com Bruxelas.

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