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BE critica operação do Novo Banco por ser "venda a preço zero"

A deputada Mariana Mortágua voltou a defender que em relação à venda do Novo Banco, "o Estado tem de ser confrontado com a alternativa, que é a nacionalização". O Bloco considera que o Novo Banco está a ser "dado" à Lone Star.

Miguel Baltazar
31 de Março de 2017 às 20:25
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"Tempos que ser muito claros: o que esta em causa é uma venda a preço zero", foi a frase com que a deputada bloquista, Mariana Mortágua, se referiu ao anúncio oficial da alienação do Novo Banco ao fundo americano Lone Star.

 

A parlamentar vocalizou a posição do Bloco de Esquerda que "não aceita esta solução", reiterando que os bloquistas defendem a "nacionalização" porque "não aceitamos a chantagem de que a liquidação não é a única solução".  

 

"Achamos que o estado não tem de fazer uma má venda", prosseguiu sustentando que "o Estado tem de ser confrontado com a alternativa, que é a nacionalização".

 

Assim sendo, Mariana Mortágua explicou que o Bloco irá "avaliar os formalismos legais e regimentais" por forma a levar uma proposta alternativa a "votação" no Parlamento. Insistindo na ideia de que "não entendemos que o país está condenado entre uma liquidação e uma má venda", a bloquista reiterou que "o Governo deve trazer este assunto ao Parlamento".

Minutos depois de o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, terem falado ao país sobre a solução encontrada para o Novo Banco, garantindo que a mesma não implicará custos adicionais para os contribuintes, insistiu que o que está a acontecer é que o Estado "assume perdas" que poderão ascender a perto de 4 mil milhões de euros.

 

O Governo "vai empurrar os problemas com a barriga para o futuro, para os contribuintes", correndo o "risco agravado de perder o controlo daquele que é um dos maiores bancos do sistema português", disse ainda.

 

A questão sem resposta para Mariana Mortágua passa por perceber por que é que "a nacionalização" seria "tão mais cara do que a liquidação", dado que o Estado se compromete com garantir 3,9 mil milhões de euros de dívida, enquanto a Lone Star se limita a injectar mil milhões de euros, não para comprar a instituição, mas para a recapitalizar. 

 

Os quase 4 mil milhões emprestados pelo Estado ao Fundo de Resolução, acrescentou a deputada, são "obrigações de dívida pública que serão pagas pelos portugueses", rematou a deputada.


(Notícia actualizada às 20:32 com mais declarações)

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