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BE lembra socialistas que usam argumento de Passos Coelho em que nunca acreditaram

Mariana Mortágua voltou a dizer que a nacionalização era a melhor opção para o Novo Banco. No debate que agendou para esta quarta-feira, o BE deixou críticas ao PS.

Miguel Baltazar
05 de Abril de 2017 às 15:35
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"Não há custos para os contribuintes". Passos Coelho afirmou-o aquando da resolução do Banco Espírito Santo e da constituição do Novo Banco. António Costa disse-o aquando da venda do Novo Banco. Mariana Mortágua quis, esta quarta-feira, 5 de Abril, lembrar os deputados do Partido Socialista, que alinham com o actual primeiro-ministro, de que "nunca acreditaram no que estava a ser dito" por Passos Coelho.

 

Para Mariana Mortágua, não é verdade que o esquema de venda do Novo Banco à Lone Star, em que o Estado assume que tem responsabilidade sobre activos de 3,8 mil milhões de euros, não tenha custos para os contribuintes. Porque a banca só no longo prazo irá pagar os empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução (o de 3,9 mil milhões de euros de 2014 e eventuais créditos futuros para cobrir aquele mecanismo de capitalização contingente).

 

"A banca pagará aquilo que sempre foi obrigada a pagar e o Estado continuará a endividar-se para assegurar o Fundo de Resolução", afirmou a deputada no debate de actualidade que o Bloco de Esquerda marcou para esta quarta-feira após o anúncio da alienação na sexta-feira passada. Mariana Mortágua pediu, por isso, para o PS não tentar convencer os portugueses de que não há custos para os contribuintes, tal como o Governo de PSD/CDS quis fazer em 2014.

 

Segundo a deputada do BE, há aqui um recuo em relação à situação em que o país se encontrava: "O Governo fez de rainha de copas e aposta numa corrida, sabendo que, por muito que se corra, nunca sairemos do mesmo sítio. Estamos até a correr para trás". "Seremos a chacota da Europa", concluiu Mariana Mortágua na sua intervenção no debate, defendendo que a nacionalização tinha sido a melhor opção, ainda que, assume a deputada, teria custos.

 

"O BE não esconde os custos da sua opção nem empola os custos das alternativas. Vale a pena assumir custo de injecção imediata. Em troca, o Estado garante a manutenção ao serviço e não aos interesses de um fundo abutre. Mais tarde, os lucros ficarão para nós", indicou ainda Mariana Mortágua, depois de António Costa ter dito, na semana passada, que uma nacionalização teria um custo inicial imediato de entre 4 e 4,7 mil milhões de euros.

 

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