O Banco Comercial Português apresenta esta tarde, depois do fecho da bolsa, os resultados de 2014, com as expectativas dos analistas consultados pela Reuters a apontarem para resultados líquidos negativos de 203 milhões de euros.

Um valor que traduz uma queda de 73% face aos prejuízos de 740,5 milhões de euros registados em 2013. Mais certo parece ser o facto de o BCP ter registado em 2014 o seu quarto ano consecutivo de prejuízos (1.219,1 milhões de euros em 2012 e 848,6 milhões de euros em 2011).

Olhando apenas para o quarto trimestre, os números continuam a ser negativos: as estimativas dos analistas apontam para prejuízos de 111 milhões de euros nos últimos três meses de 2014. Um valor que representa uma redução face aos 143 milhões de euros do período homólogo, mas acima dos 36 milhões de euros negativos registados no terceiro trimestre.  

André Rodrigues, analista do CaixaBI, adianta que os resultados do quarto trimestre foram penalizados "um impacto negativo significativo não inferior a 100 milhões de euros como

resultado do ajustamento ao nível do stock de impostos diferidos activos decorrente da redução da taxa nominal de IRC de 23% para 21% decorrente do Orçamento de Estado para 2015".

Apesar deste efeito negativo em 2014, a redução de dois pontos na taxa de imposto aplicado sobre as empresas terá efeito positivo no médio-longo prazo.

Ainda no que diz respeito ao quarto trimestre, as expectativas dos analistas consultados pela Reuters apontam para uma margem financeira de 312 milhões de euros no quarto trimestre, o que traduz um aumento de 33,3%. Para o conjunto do ano a previsão aponta para uma margem financeira de 1.105 milhões de euros.   

Segundo a Reuters, esta margem terá beneficiado de um menor custo com depósitos e menos juros pagos com os 'contingent convertible bonds' (CoCos) ao Estado, após um reembolso de 1.850 milhões de euros feitos no Verão.   

O UBS aponta para que "as tendências subjacentes tenham melhorado, com um lucro antes de impostos de 24 milhões de euros no quarto trimestre e a margem terá subido, devido a um custo de financiamento mais baixo".

Quanto às imparidades para crédito e outras provisões, as expectativas apontam para uma descida em mais de 15% contra os 293 milhões de euros reportados no quarto trimestre de 2013 e os 532 milhões de euros anunciados no terceiro trimestre de 2014, altura em que o banco provisionou 300 milhões relativos à  análise da avaliação de activos feita pelo BCE.  

Os resultados serão anunciados depois do fecho da bolsa, estando convocada uma conferência de imprensa para as 17h00.