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Bancos americanos alertam para riscos económicos de uma saída do Reino Unido da UE

Instituições financeiras como o Morgan Stanley e o Merrill Lynch antecipam um forte impacto económico e nos mercados financeiros no caso do Reino Unido deixar a União Europeia. David Cameron tem endurecido o discurso e quer reformas.

Bloomberg
10 de Novembro de 2015 às 12:44
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A meses do referendo que vai determinar a saída ou a manutenção do Reino Unido na União Europeia, David Cameron, primeiro-ministro britânico, endureceu o discurso e elencou quatro exigências que vai apresentar aos parceiros europeus para que faça campanha por uma permanência no bloco europeu. Com as sondagens a mostrarem que os britânicos preferem uma saída da União Europeia e numa altura em que David Cameron está a fazer exigências para fazer campanha por uma permanência do país na região, os bancos norte-americanos, com presença na City de Londres, lançam alertas.

Os economistas em Londres do Bank of America Merril Lynch consideram que a "forte retórica" do Cameron dificulta o processo, dado que, escreve o jornal espanhol Expansión, muitos eleitores podem ficar desapontados no caso de o primeiro-ministro não conseguir o que vai pedir aos parceiros europeus.

O Morgan Stanley considera mesmo que há uma possibilidade de 35% de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia. "As possibilidades de uma alteração ao Tratado Europeu parecem remotas ainda que Londres possa vir a obter um pacote de reformas mais modestas", defende esta instituição, citada pelo Expansión.

Os dois bancos consideram que uma saída da UE, por parte do Reino Unido, iria provocar consequências graves para a economia e para os mercados financeiros. O Merrill Lynch considera mesmo que o impacto negativo seria "doloroso", podendo o PIB britânico recuar 5% e a libra desvalorizar, segundo o jornal espanhol.

Esta não é a primeira vez que surgem alertas de instituições internacionais em relação a um "Brexit", ou seja saída do Reino Unido da União Europeia. De acordo com a Bloomberg, e num artigo publicado a 6 de Outubro, o UBS, o Citigroup e o Morgan Stanley foram alguns dos bancos que aconselharam os seus clientes a prestarem atenção ao debate em relação a este tema. Em Setembro, o Citigroup elevou para 30% a possibilidade de Londres deixar a UE; o Nomura estimava uma possibilidade de 25% e o Société Generale apontou no início de Outubro uma probabilidade superior a 40%.

David Tinsley, economista do UBS em Londres, citado pela Bloomberg a 6 de Outubro, considera que as "independentemente a nossa visão da Europa, esperar-se-á alguma volatilidade se a possibilidade de um aumento [da possibilidade] de saída". Michael Saunders, economista-chefe do Citigroup para a Europa, numa nota de Setembro citada pela agência de informação, considerava que uma votação a favor de uma saída vai "ameaçar" a estabilidade económica e política do Reino Unido.

Já em Maio deste ano, o Deutsche Bank avançou que se o Reino Unido deixar a UE, o banco alemão deixa o Reino Unido.

Entretanto, a 6 de Outubro, foi noticiado que um grupo de empresários ingleses está a pressionar o Executivo liderado por David Cameron para que acelere o processo de referendo à União Europeia. Os empresários alertam para o risco dos eleitores usarem este acto eleitoral para castigarem o Governo.

Cameron fará campanha pelo "sim" numa UE reformada

"Não tenho dúvidas que para a Grã-Bretanha a questão europeia não é apenas uma questão de segurança económica mas também uma questão de segurança nacional – não apenas uma questão de empregos e de comércio mas de segurança e protecção da nossa nação", apontou Cameron esta manhã, num encontro em Londres, citado pelo Financial Times. "Se poderemos ser bem-sucedidos fora da União Europeia não é a questão. A questão é se seriamos melhor sucedidos dentro ou fora", acrescentou. O líder do governo britânico, de acordo com o FT, ligou, pela primeira vez, a presença do Reino Unido na União com uma questão de "segurança nacional", apontando que questões como a situação da Ucrânia e os riscos levantados pelo Estado Islâmico são abordadas de forma melhor na Europa.

Referiu-se ainda aos benefícios económicos que a Grã-Bretanha teve por estar no bloco europeu, como beneficiar do comércio livre com 50 países, e defendeu que acredita que vai ser possível alcançar um acordo decente o que levará a fazer campanha por uma manutenção na UE. "Vou fazer campanha para manter o Reino Unido dentro de uma União Europeia reformada – faço campanha de coração e alma porque isso vai ser inequivocamente do nosso interesse nacional", disse, citado pelo Financial Times.

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