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Declarações de Mark Carney reacendem discussão sobre “Brexit”

O discurso de Mark Carney proferido em Oxford está a alimentar a polémica sobre um eventual “Brexit”. O Governador do Banco de Inglaterra assumiu que estar na União Europeia teve um impacto positivo no Reino Unido.

Bloomberg
22 de Outubro de 2015 às 10:45
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"No geral, ser membro da União Europeia aumentou a abertura da economia do Reino Unido, facilitando o dinamismo, mas também criando alguns desafios de estabilidade monetária e financeira para o Banco de Inglaterra gerir", disse Mark Carney, governador da instituição britânica, reacendendo a discussão sobre os impactos de uma eventual saída do país da União Europeia. 

Tanto o primeiro-ministro, David Cameron, como o ministro das Finanças, George Osborne, aplaudiram a intervenção do governador. O segundo elogiou no Twitter o "discurso impressionante de Mark Carney, certo em argumentar que precisamos de salvaguardas para os países fora da Zona Euro, como o Reino Unido". O primeiro disse, também através desta rede social, que Carney fez um "discurso importante – tornando claro onde são necessárias reformas na Europa, assim como os benefícios do mercado único".

A opinião positiva é partilhada pela liberal democrata Catherine Bearder. "A intervenção do Banco de Inglaterra confirma o que já sabíamos: estar na União Europeia traz imensos benefícios à economia do Reino Unido", disse, acrescentando que "aqueles que pedem uma saída da União Europeia falharam em apresentar uma alternativa credível que proteja a economia e assegure o emprego". Para a representante política, o Reino Unido deve "liderar a reforma de Europa de dentro".

Já, Nigel Lawson, ex-ministro das Finanças, disse que o discurso de Carney foi "lamentável". Gabriel Sterne, da Oxford Economics, por sua vez, lança a questão no Twitter: "teria Carney dito algo que desagradasse o Governo? De maneira nenhuma. Não deveria ter dito nada, ou publicado um aviso de falta de imparcialidade".

Segundo o The Guardian, a intervenção de Carney será provavelmente vista como um reforço a David Cameron enquanto este se prepara para entrar em negociações com os parceiros europeus.

Apesar de assumir que o mercado único foi vantajoso para o Reino Unido, o governador do Banco de Inglaterra desafiou o primeiro-ministro a exigir "princípios claros" para salvaguardar os interesses do Reino Unido e alertou que uma má integração europeia poderia ameaçar a estabilidade financeira.

"Desde que a crise começou, os choques provenientes dos nossos maiores e mais próximos parceiros comerciais desafiaram o Reino Unido e tornaram-no mais vulnerável", disse o responsável, acrescentando que "depois da crise, é essencial que as regras da União Europeia, directivas e regulações continuem a suportar a capacidade de o Reino Unido responder aos riscos para a estabilidade financeira".

"Na perspectiva do Banco de Inglaterra, passos para garantir a estabilidade financeira para os que estão dentro da Zona Euro, não devem impedir àqueles que estão fora, como o Reino Unido, alcançar a estabilidade financeira", concluiu.

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