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Reino Unido precisa de agir urgentemente para manter bancos em Londres
O país precisa de actuar se desejar resguardar a sua posição de liderança enquanto centro financeiro global, alerta a Associação de Banqueiros Britânica, que deixa também várias recomendações, entre elas, a redução dos impostos e taxas sobre o sector.
Os legisladores britânicos precisam de "agir urgentemente" para manter Londres como um dos centros financeiros globais mais importantes do mundo, ou arrisca-se a ver partir instituições bancárias para cidades como Hong Kong ou Singapura, alerta a Associação de Banqueiros Britânica (BBA, na sigla inglesa).
Novas regras, impostos e taxas e um abrandamento da actividade económica na Europa resultaram numa queda de 8% no emprego no sector bancário britânico, com dois terços dos membros da BBA a confirmarem que mudaram os seus negócios para outros locais desde 2010, disse a instituição num relatório publicado esta sexta-feira, 13 de Novembro.
"Chegámos agora a um ponto de viragem na competitividade britânica como um centro financeiro internacional" e "muitos bancos internacionais têm deslocado a sua actividade para o exterior ou decidiram não investir no Reino Unido", assinalou Anthony Browne, CEO do BBA.
O ministro das Finanças, George Osborne, comprometeu-se em Junho a reduzir as multas e rever as regras para "retomar o equilíbrio". À medida que os contribuintes britânicos vão esquecendo o avultado apoio estatal concedido aos bancos face à crise de 2008, o Governo tem recuado em algumas questões depois de as rever com o BBA, e perante a ameaça do HSBC sair de Londres.
Ainda assim, o sector financeiro em Londres continua a encolher enquanto os rivais crescem, de acordo com este relatório. Enquanto no Reino Unido se perderam 35 mil postos de trabalho no sector e 12% dos activos bancários nos últimos quatro anos, os activos aumentaram nos EUA na mesma percentagem, enquanto em Singapura e Hong Kong aumentaram 24% e 34%, respectivamente.
Os serviços financeiros são a maior indústria exportadora do Reino Unido, vende 62 mil milhões de libras todos os anos (cerca de 87,7 mil milhões de euros), e emprega mais de 405 mil pessoas.
O BBA recomenda que o Governo alivie a lei que separa as operações de retalho dos bancos de investimento, que corte mais e mais rápido nos impostos e taxas, e que reveja os limites dos vistos para tornar mais fáceis as contratações.