Notícia
Banco de Portugal recusa que transição para Novo Banco dê lugar a qualquer incumprimento
Nem denúncia de contratos, nem antecipação do vencimento nem execução das garantias. O Banco de Portugal considera que nenhuma dessas acções poderá ser tomada com a transferência de activos do BES para o Novo Banco.
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O Banco de Portugal defende que nenhum investidor tem novos direitos decorrentes da transferência de activos do Banco Espírito Santo para o Novo Banco. Não há, por isso, segundo o regulador, lugar a qualquer incumprimento ou vencimento antecipado de instrumentos financeiros.
Na deliberação da reunião do conselho de administração do regulador, realizada a 11 de Agosto, foi escrito que a transferência não "pretende conferir" direitos que não existiriam caso a mesma não tivesse acontecido.
Nem denúncia de contratos, nem antecipação do vencimento nem a execução das garantias: o Banco de Portugal enuncia vários momentos que, na sua óptica, não têm possibilidades de acontecer com esta transição do BES para o Novo Banco.
A International Swaps and Derivates Association (ISDA), organização norte-americana que define se uma empresa está a viver um evento de crédito, determinou que houve um evento de secessão no BES, já que mais de 75% de todas as obrigações e créditos passaram para o Novo Banco. Uma decisão que envolve quem detém produtos como "credit default swaps", uma espécie de seguros contra o incumprimento. Não é certo, no entanto, que implicações tal decisão poderá ter nesses contratos. Certo é, segundo a mesma ISDA, que o BES não entrou em incumprimento.
De acordo com a clarificação do Banco de Portugal, nada se altera nos contratos de produtos financeiros adquiridos ao BES e agora ao abrigo da instituição liderada por Vítor Bento (na foto).