Notícia
Lucros das seguradoras caíram mais de 40% no primeiro semestre
Apesar da quebra nos lucros, a produção de seguros registou um aumento de 18,5% no primeiro semestre deste ano face a 2013, num valor total de 6,6 mil milhões. Os Planos Poupança Reforma (PPR) registaram uma subida de 67% durante este período.
Os lucros das empresas seguradoras caíram 42% no primeiro semestre deste ano face ao período homólogo. O resultado líquido das empresas do sector desceu dos 440 milhões de euros para os 257 milhões.
Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 18 de Agosto, pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e revelam que esta descida teve lugar depois dos lucros terem aumentado 177% no primeiro semestre do ano passado face a período homólogo.
É de destacar, no entanto, que das 42 empresas de seguros sob supervisão do ISP, 34 apresentaram lucros durante o primeiro semestre deste ano.
Em relação à taxa de cobertura da margem de solvência das empresas de seguros, esta "continua a um nível confortável", diz o ISP. A capacidade financeira destas empresas para satisfazerem os seus compromissos atingiu cerca de 229% nos primeiros seis meses. No ramo Vida, a taxa de cobertura foi de 233%, tendo a taxa aumentado para os 290% nos ramos Não Vida.
Apesar da quebra nos lucros, a produção de seguros registou um aumento de 18,5% no primeiro semestre, no valor de 6,6 mil milhões de euros.
Para este aumento foi determinante a produção de seguros no ramo Vida, que registou uma subida de 26,9% face a 2013. Este foi o segundo aumento consecutivo no primeiro semestre, depois de no ano passado o ramo Vida ter crescido 49% durante este período para os 3,9 mil milhões.
É também de sublinhar a evolução positiva dos Planos Poupança Reforma (PPR) que subiram 67% face a 2013. Este tipo de produto pesou quase um quarto na estrutura do ramo Vida, sendo responsável por 22,5% da produção total nos primeiros seis meses de 2014.
Destaque para o aumento do peso dos PPR no mesmo período ao longo dos últimos três anos. Em 2011, os PPR pesavam 14% no ramo Vida, com este peso a aumentar para os actuais 22,5%.
Já os custos com sinistros diminuíram 1% para os 4115 milhões de euros face a período homólogo. Isto deve-se à queda dos resgates, que apresentaram uma redução de 7,8% no primeiro semestre. Mesmo assim uma descida mais baixa do que as alcançados em anos anteriores, como a redução de 40,7% em 2013 ou de 35,2% em 2012.
Pelo contrário, os ramos Não Vida registaram uma descida de 0,8% para 1,6 mil milhões de euros. Aqui, registaram-se decréscimos na produção de seguros de Automóvel, de Transportes e Mercadorias Transportas e de quase todas as modalidades do ramo Incêndio e Outros Danos.
Os custos com sinistos apresentaram uma quebra de 5,1% durante o primeiro semestre, retomando assim a tendência dos anos anteriores a 2013.
A descida deve-se essencialmente ao comportamento do ramo Incêndio e Outros Danos, com uma diminuição de 32%, devido à redução dos montantes pagos e pela libertação de provisão para sinistos, num montante superior a 12 milhões de euros.