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Polo e Golf estão entre os carros afectados pela nova vaga do escândalo VW

Há também modelos populares da Audi, Skoda e Seat com emissões de dióxido de carbono manipuladas. Depois do diesel, o escândalo chega aos carros a gasolina, mas num “número muito limitado”.

04 de Novembro de 2015 às 12:08
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Polo, Golf e Passat. Três dos mais populares modelos da Volkswagen estão incluídos pela nova vaga do escândalo de manipulação de emissões. O grupo automóvel reconheceu ter encontrado irregularidades ao nível das emissões de dióxido de carbono em cerca de 800 mil carros.

Segundo a agência Bloomberg, que cita um porta-voz do grupo alemão, o Audi A1 e A3 também integram a lista dos modelos afectados por esta nova etapa da polémica. Skoda Octavia, Seat Ibiza e Leon fecham a lista.


Além de veículos a gasóleo, há também carros a gasolina afectados. Os últimos apenas em motorizações 1.4 litros e num "número muito limitado", informou a mesma fonte. A maioria dos carros afectados está na Europa. O problema afecta também motores 1.6 e 2.0 litros.


Com este novo desenvolvimento, o escândalo das emissões alarga-se para lá dos 11 milhões de carros afectados pelo ‘dieselgate’. Ainda não é certo se existem sobreposições entre as contagens da primeira e da segunda vaga do escândalo. Em Portugal, já se contabilizaram 117 mil carros afectados.


O grupo automóvel estima que a nova descoberta vai custar mais dois mil milhões de euros, a juntar aos 6,7 mil milhões que já tinham sido aprovisionados para cobrir os custos das reparações nos carros a gasóleo afectados pela manipulação das emissões de óxido de azoto (NOx). A chamada às oficinas arranca em Janeiro do próximo ano. A estimativa dos analistas é de que o escândalo, na sua totalidade, possa ultrapassar os 30 mil milhões de euros.


Com o alargamento do escândalo ao dióxido de carbono abre-se a porta a um ajuste fiscal por parte do Governo português, uma vez que os impostos automóveis foram cobrados com base em níveis de emissões inferiores aos reais.


Tanto no imposto sobre veículos (ISV) como no imposto único de circulação (IUC), a base tributável é o dióxido de carbono. Anteriormente, o que estava em causa eram as emissões de óxido de azoto, o que impedia Portugal de exigir uma compensação fiscal às marcas envolvidas. Caso existam carros desta segunda vaga em Portugal, o impedimento deixa de se verificar.


O conselho de supervisão da companhia alemã deverá reunir-se em breve para discutir "medidas e consequências". "Este é um processo doloroso, mas é a nossa única alternativa. A única coisa que conta é a verdade. É a base para o redireccionamento fundamental que a Volkswagen precisa", reagiu o CEO Matthias Müller.

 

A VW continua a contar com o apoio do Governo alemão. O ministro da Economia, Sigmar Gabriel, já veio destacar o mérito do grupo em ter reportado o caso de manipulação de dióxido de carbono de uma forma voluntária. "Isso mostra que a companhia está a ser séria sobre a questão da transparência", referiu. Contudo, o Executivo liderado por Angela Merkel já apelou para a adopção de novas estruturas empresariais para que casos como este não se repitam.

 

Os novos factos já levaram a quedas nas acções da Volkswagen e da Porsche. Só nesta manhã a perda de valor já é superior aos quatro mil milhões de euros.


A notícia da nova vaga de manipulações surge depois da Agência de Protecção Ambiental americana (EPA, na sigla original) ter denunciado a existência de mais 10 mil carros afectados pelo ‘dieselgate’ no seu território, embora os dois casos não estejam ligados. Foi esta entidade a tornar o escândalo público em meados de Setembro.


A agência diz agora que o grupo instalou a tecnologia manipuladora em veículos com motores de 3.0 litros, nomeadamente em modelos da Porsche e da Audi entre 2014 e 2016. Entre eles, o Porsche Cayenne e o Audi Quattro. Os níveis de poluição podiam ser nove vezes superiores ao permitido pela lei.

 

A Volkswagen já veio refutar estas acusações. Ainda assim, a divisão americana da Porsche decidiu suspender de forma voluntária as vendas dos modelos identificados pela EPA.


O caso coloca alguma pressão sobre o novo CEO do grupo automóvel. Matthias Müller era o líder da Porsche nos anos em que se deu a alegada manipulação. A sua escolha para chefiar o grupo depois da saída de Martin Winterkorn teve em conta o facto de a Porsche não estar ligada ao escândalo - o que poderá deixar de se verificar com estes novos dados da EPA.

 

Em Outubro, o primeiro mês completo após o escândalo ter sido descoberto, as vendas do grupo seguem uma de duas tendências: estagnação ou quebra face ao período homólogo. Tal verificou-se em Espanha, Estados Unidos e Alemanha. Em Portugal, a quebra foi de 3,2%.


(Notícia actualizada às 12:55 com mais informação)

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