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Escândalo VW: 98 mil carros a gasolina afectados pela nova vaga

A Volkswagen já tinha informado que o número de carros a gasolina afectados era "muito limitado". O Governo alemão concretiza agora a escala do problema.

Bloomberg
04 de Novembro de 2015 às 15:45
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Há 98 mil carros a gasolina afectados pela nova vaga do escândalo de manipulação de emissões poluentes do grupo Volkswagen. O número foi tornado público esta quarta-feira, 4 de Novembro, pelo ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt.


"Fomos informados que entre os veículos afectados existem 98 mil carros a gasolina", referiu o político, citado pela agência Reuters, não especificando se este número se refere apenas aos carros afectados na Alemanha ou no total.


A nova vaga do escândalo revelou a existência de 800 mil carros com emissões de dióxido de carbono manipulados. Até ao momento, o problema fazia-se sentir apenas nas emissões de óxido de azoto (NOx).

Horas mais tarde, também citado pela Reuters, Alexander Dobrint veio concretizar que existem 200 mil carros afectados por esta nova leva no país. Deste modo, um em cada quatro veículos afectados pela manipulação de emissões de dióxido de carbono encontra-se a circular nas estradas alemãs. O político anunciou ainda que a Volkswagen terá que rever, sob supervisão estatal, todos os modelos para determinar o impacto das emissões no imposto de circulação e nas metas de proteção ambiental do Governo.

À Bloomberg, a Volkswagen já tinha admitido que o número de carros a gasolina afectados era "muito limitado", verificando-se apenas em motorizações 1.4 litros. Os motores 1.6 e 2.0 litros também estão integrados nesta nova vaga.

Polo, Golf e Passat, três dos mais populares modelos da marca alemã, estão na lista dos afectados. Audi A1 e A3, Skoda Octavia, Seat Ibiza e Leon completam a mesma, escreveu a Bloomberg. A "maioria" dos carros encontra-se na Europa.


Todavia, fonte do grupo citado pela agência EFE concretizou que estão ainda a decorrer investigações para determinar marcas, modelos e geografias em causa.


Em paralelo decorre o ‘dieselgate’, um caso de manipulação de emissões de óxido de azoto que atinge 11 milhões de carros em todo o mundo. Só em Portugal são 117 mil. Ainda não é certo se existem sobreposições entre as contagens da primeira e segunda vaga do escândalo.


O grupo Volkswagen estima que a nova descoberta vai custar mais dois mil milhões de euros, a juntar à provisão anterior de 6,7 mil milhões para cobrir os custos das reparações que arrancam já em Janeiro de 2016.


Com o alargamento do escândalo ao dióxido de carbono abre-se a porta a um ajuste fiscal por parte do Governo português, uma vez que os impostos automóveis foram cobrados com base em níveis de emissões inferiores aos reais.


Tanto no imposto sobre veículos (ISV) como no imposto único de circulação (IUC), a base tributável é o dióxido de carbono. Anteriormente, o que estava em causa eram as emissões de óxido de azoto, o que impedia Portugal de exigir uma compensação fiscal às marcas envolvidas. Caso existam carros desta segunda vaga em Portugal, o impedimento deixa de se verificar.


A notícia da nova vaga de manipulações surge depois da Agência de Protecção Ambiental americana (EPA, na sigla original) ter denunciado a existência de mais 10 mil carros afectados pelo ‘dieselgate’ no seu território. Foi esta entidade a tornar o escândalo público em meados de Setembro.


A agência diz agora que o grupo instalou a tecnologia manipuladora em veículos com motores de 3.0 litros, nomeadamente em modelos da Porsche e da Audi entre 2014 e 2016. Entre eles, o Porsche Cayenne e o Audi Quattro. Os níveis de poluição podiam ser nove vezes superiores ao permitido pela lei.


A Volkswagen já veio refutar estas acusações. Ainda assim, a divisão americana da Porsche decidiu suspender de forma voluntária as vendas dos modelos identificados pela EPA.


Como uma má notícia nunca vem só, o Telegraph escreve que o grupo vai chamar às oficinas americanas mais 100 mil carros devido a uma falha que poderia reduzir a eficácia dos travões. Em causa estão os modelos Beetle, Golf, Jetta e Passat, movidos a gasolina, dos anos 2015 e 2016. A empresa diz não ter registado feridos relacionados com este problema.


Os novos factos já levaram a quedas nas acções da Volkswagen e da Porsche. Só nesta manhã a perda de valor já é superior aos quatro mil milhões de euros.

Também esta quarta-feira,  4 de Novembro, a Comissão Europeia fez saber que a Volkswagen arrisca ser multada pela adulteração dos níveis de dióxido de carbono. "O mais importante agora é estabelecer os factos. A Comissão convida a VW a acelerar a sua investigação interna", afirmou a porta-voz Lucia Caudet citada pelo Wall Street Journal.

Bruxelas ainda não recebeu qualquer informação do grupo automóvel sobre esta nova vaga do escândalo automóvel. A Comissão Europeia diz estar em contacto com o regulador alemão, o KBA, tendo já pedido a outros governos dos seus Estados-membros para avançarem com investigações.


(Notícia actualizada às 17:00 com mais informação)

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