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Escândalo das emissões suspende emissão de dívida da Porsche

A fabricante de carros desportivos preparava-se para colocar no mercado títulos de dívida garantidos por créditos automóveis, mas o escândalo das emissões fez disparar os custos. A operação foi abortada.

Bloomberg
04 de Novembro de 2015 às 11:12
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Além das acções, também o mercado de dívida está a reagir negativamente ao escândalo das emissões de gases poluentes da Volkswagen, que chegou também aos carros da Porsche. Enquanto os títulos em bolsa afundam, os juros da dívida aceleram. De tal forma que, segundo fontes citadas pela Bloomberg, a fabricante do 911 decidiu suspender uma operação de financiamento que tinha como colateral créditos automóveis. O preço a pagar era elevado.

 

O braço financeiro da Porsche decidiu abortar uma emissão de "asset-backed securities", instrumentos de dívida titularizada, no valor de 505 milhões de dólares que estava planeada para a última terça-feira, 3 de Novembro. Esta emissão iria acontecer no dia em que a agência ambiental norte-americana identificou a manipulação das emissões nos motores diesel de maior cilindrada, incluindo os utilizados nos Porsche Cayenne.

 

A Porsche Financial Services disse ao Barclays , o banco que estava a liderar a operação de colocação de dívida, que os créditos automóveis que garantiam essa emissão não incluíam financiamentos para nenhum dos carros afectados,  mas que as condições do mercado se deterioram. Se a operação tivesse avançado, a Porsche teria de pagar mais do que o que pretendia para obter esse financiamento, de acordo fonte que pediu para não ser identificada.

 

A emissão destes títulos já estava a ser preparada há mais de uma semana, mas ia acontecer no dia em que a Agência de Protecção Ambiental norte-americana (EPA) emitiu um comunicado afirmando que " a VW desenvolveu e instalou um aparelho defeituoso que aumenta as emissões de óxido de azoto para níveis nove vezes superiores aos padrões da EPA" em modelos VW e Audi, mas também da Porsche.

 

Esta notificação abrange 10.000 veículos a diesel de passageiros vendidos nos Estados Unidos desde 2014 e um número ainda indeterminado de veículos que ainda não foram vendidos. Estes juntaram-se aos 11 milhões que já tinham sido identificados, sendo no final do dia de terça-feira a própria VW revelou ter descoberto mais 800 mil veículos com emissões superiores ao anunciado, desta feita emissões de CO2.

 

O avolumar de automóveis afectados tem vindo a pesar nas acções. A Porsche está a cair 8,34% na sessão desta quarta-feira, 4 de Novembro, para 39,935 euros, tendo chegado a perder 10,26%. A VW recua mais de 5%, estando a cotar nos 117,80 euros, isto depois de ter estado a afundar mais de 7%. Desde que rebentou o escândalo, as acções já acumulam uma desvalorização de quase 30%.

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