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Carlos Tavares quer falar com Angela Merkel sobre fusão PSA-Opel

O gestor português vai voar para Berlim depois do governo federal alemão ter revelado a sua preocupação com os postos de trabalho na Opel.

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15 de Fevereiro de 2017 às 13:51
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O presidente da Peugeot Citröen quer reunir-se com a chanceler alemã para discutir a compra da Opel. O encontro de Carlos Tavares com Angela Merkel poderá ter lugar esta semana depois da PSA ter confirmado na segunda-feira que está a estudar a aquisição da Opel à General Motors.

A manutenção de postos de trabalho deverá ser um dos temas em destaque nos encontros. A Opel conta com 38 mil trabalhadores na Europa, com 19 mil na Alemanha, principalmente na sua sede na cidade de Rüsselsheim no estado de Hesse. Reino Unido, Polónia, Hungria, Áustria e Espanha são os outros países que contam com fábricas da marca alemã.

Além do encontro com a chanceler, ou o seu representante, o gestor português também pretende reunir-se com os sindicatos alemães, avança o Financial Times esta terça-feira, 15 de Fevereiro.

"Carlos Tavares é muito aberto e quer reunir-se com Angela Merkel e os sindicatos da Opel num espírito de diálogo. O diálogo social é muito importante dentro da empresa", disse um porta-voz da PSA.

Pela General Motors, a presidente executiva da construtora norte-americana já voou para a Alemanha. Mary Barra chegou ao quartel-general da Opel esta terça-feira para falar com gestores e sindicatos sobre a possível perda de postos de trabalho, avança igualmente o Financial Times.

O possível negócio já provocou a reacção de vários governos europeus, com Berlim à cabeça. A ministra da Economia alemã, Brigitte Zypries, alertou que "a empresa [GM] tem responsabilidade pelos centros de desenvolvimento e pela garantia de emprego. Esta é a minha expectativa em relação à General Motors".

A governante considera ainda como "inaceitável" que a GM tenha discutido a possível venda da Opel sem falar primeiro com a comissão de trabalhadores, sindicatos e com o governo do estado de Hesse.

No Reino Unido, o Governo já avançou mesmo com contactos com o presidente da GM, segundo a Reuters, depois de ter sido noticiado que a empresa estava a estudar vender algumas operações na Europa incluindo a Vauxhall, a filial britânica da Opel. Os sindicatos britânicos também já manifestaram receio que estas operações levem a corte de postos de trabalho. 


O grupo PSA é detida em 13,7% pelo Estado francês que já veio a público apoiar o negócio, mas que vai estar atento à manutenção de postos de trabalho.

"O governo apoia a gestão no seu desejo de alcançar massa crítica mas vai dar especial atenção ao impacto em termos de postos de trabalho e o impacto industrial destas iniciativas", disse fonte do ministério da Economia francês à Reuters.

A fusão entre a Peugeot Citröen e a Opel daria origem ao segundo maior grupo automóvel europeu por vendas na União Europeia, superado apenas pela Volkswagen. Em Portugal, a PSA-Opel seria o grupo com mais vendas em Portugal, seguido do grupo Volkswagen.
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